A contratação de Viviane Barci de Moraes por Banco Master - Pagenews

A contratação de Viviane Barci de Moraes por Banco Master

Publicado em: 04/04/2025

A contratação de Viviane Barci de Moraes por Banco Master
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Banco Master e os laços com o STF: conflitos em foco
A contratação de Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes (STF), pelo Banco Master reacende debates sobre influência e ética no Judiciário. A instituição, que negocia venda ao BRB por até R$2 Bilhões e R$7,6 bilhões em papéis com vencimento em 2025 e R$ 8,7 bilhões em precatórios — tema frequente no Supremo. Embora Viviane atue em apenas 30 processos do STF, seu escritório, Barci de Moraes, representa o banco em ações sigilosas, sem detalhes sobre honorários ou natureza dos casos.


Eventos patrocinados e questionamentos éticos
Em abril de 2024, o Master patrocinou o Fórum Jurídico Brasil de Ideias em Londres, com participação de Moraes, Gilmar Mendes e Dias Toffoli. Hospedados em hotel de diárias acima de R$ 6 mil, os ministros não esclareceram se o banco custeou despesas. A proximidade gera suspeitas, já que o Master tem ação contra a União no STF, sob relatoria de Gilmar Mendes.


Contratos com ex-integrantes do poder
Além do escritório de Viviane, o Master contratou Ricardo Lewandowski (ex-STF e atual ministro de Lula) como conselheiro em 2023, com salário superior a R$ 100 mil. Guido Mantega, ex-ministro de Lula e Dilma, também assessora o banco desde 2024 e intermediou encontro entre o dono do Master, Daniel Vorcaro, e Lula no Planalto.


Venda ao BRB e reestruturação polêmica
A aquisição pelo BRB inclui 49% das ações ordinárias e 100% das preferenciais do Master, com segregação de ativos "não estratégicos". O anúncio ocorre em meio a críticas sobre o entrelaçamento entre escritórios de parentes de ministros e processos judiciais. Em março de 2024, o STJ transferiu posse da Imcopa para o Grupo Petrópolis, cliente de três advogadas parentes de ministros do STF, incluindo Viviane.


Famílias no poder: "acasalamento perfeito"
A ex-ministra do STJ Eliana Calmon denunciou em 2023 a dinâmica em que cônjuges controlam escritórios enquanto maridos ocupam cargos no Judiciário: "Ganham muito e têm o poder na mão". Casos emblemáticos incluem Dias Toffoli, cuja esposa atuou para a J&F em caso de multa de R$ 10,3 bilhões suspensa por ele em 2023, e Flávio Jardim, indicado ao TRF-1 com apoio de Gilmar Mendes e sócio do escritório da esposa do ministro.


Impactos e controvérsias
Em 2023, o STF permitiu que ministros julgassem casos de parentes, ampliando críticas sobre imparcialidade. Em 2019, Alexandre de Moraes usou o inquérito das fake news para interromper investigação da Receita Federal contra esposas de Toffoli e Gilmar. Com Lula no poder, aliados como Gilmar reforçaram influência, indicando figuras como Paulo Gonet (ex-sócio) para a PGR. O cenário expõe uma teia onde poder econômico e político se fundem, desafiando a transparência democrática.

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