Demissões na Dataprev geram críticas por corte etário

Demissões na Dataprev geram críticas por corte etário
A Dataprev, empresa pública de tecnologia da Previdência, anunciou nesta sexta-feira (17) a demissão de 92 trabalhadores com 60 anos ou mais. O corte ocorre paralelamente à contratação de 122 novos analistas de TI, em um movimento classificado pela direção como "renovação estratégica". A comunicação foi feita às vésperas de um feriado, via ofício à Fenadados (sindicato dos empregados), assinado pelo diretor de Administração de Pessoas, Alvaro Botelho, e pelo superintendente José Ivanildo Dias Júnior.

Justificativas da empresa versus contradições políticas
A empresa alega que as demissões seguem um "fluxo normal" e visam modernizar o quadro técnico, priorizando cargos de nível superior e reduzindo despesas — que em 2024 consumiram 44% da receita operacional. O plano inclui "consolidar tecnologias estratégicas" e "fomentar inovação". No entanto, a decisão contrasta com o discurso do governo federal, liderado por um presidente de 79 anos que defende sua capacidade de gestão e sinaliza possível reeleição. A Fenadados critica a medida como ageísta: "Ser velho neste país está virando crime", afirma o sindicato, que promete entrar na Justiça do Trabalho.

Impacto social e debate sobre idade no mercado
A troca de funcionários mais experientes por novos contratados reacende discussões sobre exclusão de profissionais maduros, mesmo em setores que demandam expertise. Enquanto a Dataprev argumenta eficiência, especialistas questionam a ética de vincular demissões à idade em um país com envelhecimento populacional. A tensão entre modernização e direitos trabalhistas expõe um dilema atual: como equilibrar inovação com inclusão, sem reproduzir discriminações estruturais.