Publicado em: 11/04/2025
Informações: Agência Brasil
A preocupação com a possibilidade de uma pandemia de gripe aviária persiste entre as autoridades de saúde. A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Mônica Levi, destaca a urgência no desenvolvimento de vacinas eficazes, com destaque para a promissora vacina universal contra todos os tipos de influenza, que já demonstrou resultados positivos em testes com animais.
A vacina universal, baseada em RNA mensageiro, inclui o sequenciamento genético de todos os subtipos de influenza A e B. Testes em furões e ratos mostraram uma resposta imune robusta, com indução de anticorpos para todas as 20 cepas testadas, persistindo por pelo menos quatro meses após a vacinação.
Vacinas específicas contra o vírus da gripe aviária já foram desenvolvidas, com estoques de emergência em cerca de 20 países. O Brasil aposta no imunizante do Instituto Butantan, que também obteve sucesso em testes com animais. Atualmente, o instituto, em parceria com a Fiocruz, busca voluntários para testes em humanos, aguardando a aprovação da Anvisa.
Mônica Levi enfatiza a necessidade do Brasil em desenvolver sua própria vacina, dada a rápida mutação do vírus e sua capacidade de infectar diversas espécies, incluindo mamíferos. A alta taxa de mortalidade e a falta de imunidade prévia na população humana tornam a gripe aviária uma ameaça significativa.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou 969 casos de infecção humana por gripe aviária H5N1 desde 2003, com 457 óbitos, resultando em uma letalidade superior a 50%. Embora a letalidade tenha diminuído desde 2015, o número de surtos em aves e mamíferos continua crescendo, com mais de 900 surtos em aves de criação e 1 mil em aves silvestres registrados em apenas cinco meses.
O primeiro caso de gripe aviária no Brasil foi confirmado em maio de 2023, e o país já registrou 166 focos da doença. Diante do cenário global, o Ministério da Agricultura e Pecuária prorrogou o estado de emergência zoossanitária por mais 180 dias.