Publicado em: 26/11/2025
Fortaleza, Ceará- O mundo do futebol cearense foi agitado por uma controvérsia que extrapolou as quatro linhas: a punição de uma torcedora do Fortaleza Esporte Clube por hostilizar torcedores do Flamengo em um setor exclusivo para a torcida tricolor na Arena Castelão. Nesta quarta-feira (26), o clube se manifestou em nota, lamentando profundamente a decisão das forças de segurança de proibir a torcedora de frequentar estádios por seis meses.
A torcedora, de 47 anos e integrante de uma torcida organizada, ganhou notoriedade após um vídeo viralizar nas redes. Na gravação, ela exigia a retirada de dois homens que vestiam camisas pretas do setor da torcida do Fortaleza, alegando que eles eram, na verdade, flamenguistas infiltrados. O Flamengo, adversário da partida em 25 de outubro de 2025, repudiou o gesto.
Após investigação da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), a torcedora prestou depoimento e foi enquadrada por incitação à violência e constrangimento ilegal no contexto da partida, resultando na proibição confirmada de frequentar os estádios.
O Fortaleza, por sua vez, defendeu a sua atuação e criticou o rigor da punição. O clube destaca que tomou todas as medidas necessárias, em alinhamento com o Ministério Público (MPCE) e o NUDTOR (Núcleo de Desporto e Defesa do Torcedor), para direcionar as torcidas aos seus respectivos setores, enfatizando a inexistência de um setor misto na Arena Castelão.
Na visão do Leão do Pici, o foco da punição foi unilateral:
"Destacamos ainda que o torcedor da equipe visitante que adentrou ao estádio em área destinada exclusivamente à torcida do Fortaleza, em desacordo com uma medida previamente estabelecida pelo NUDTOR, não teve sua conduta analisada com o mesmo rigor."
O clube entende que o torcedor do Flamengo estava em um local indevido e que a atitude dele, de desrespeitar a delimitação de setores, deveria ter sido avaliada com a mesma seriedade.
Ao final, o Fortaleza se colocou "à disposição para oferecer todo o apoio jurídico necessário na busca pela reversão da decisão e pela garantia do pleno direito de acesso da torcedora aos estádios."
A controvérsia levanta o debate sobre os limites da paixão clubística, a segurança em estádios e a necessidade de critérios rigorosos, mas equilibrados, na aplicação de punições por parte das autoridades.