Ednaldo Rodrigues é afastado da presidência da CBF em decisão polêmica

Justiça afasta Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF em decisão polêmica
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) determinou nesta quinta-feira (15) a saída de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF, marcando a segunda vez em menos de seis meses que o dirigente é destituído do cargo. O desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro nomeou o vice-presidente Fernando Sarney como interventor e ordenou a convocação de novas eleições "o mais rápido possível". A decisão acende um novo capítulo na crise institucional que assola o futebol brasileiro, em meio a denúncias graves que envolvem falsificação documental.

Decisão judicial aponta fraude em acordo que garantiu permanência de Ednaldo
Em sua sentença, o magistrado declarou nulo o acordo que mantinha Ednaldo no comando da entidade, citando "incapacidade mental e possível falsificação da assinatura" do ex-presidente da CBF, coronel Antônio Carlos Nunes de Lima. O documento, assinado por cinco dirigentes no início do ano, encerrou uma ação que questionava a legalidade do processo eleitoral da CBF e permitiu a recondução de Ednaldo em março. A suspeita de fraude coloca sob risco a legitimidade de toda a atual gestão, reacendendo debates sobre transparência e legalidade nas eleições do futebol nacional.

Histórico de idas e vindas judiciais aprofunda crise na CBF
Esta não é a primeira vez que Ednaldo é afastado: em dezembro de 2023, o TJ-RJ já havia ordenado sua saída, mas um mês depois o ministro Gilmar Mendes, do STF, suspendeu a decisão e o reintegrou. No último dia 7 de maio, após novas ações, Gilmar Mendes negou um afastamento imediato, mas encaminhou o caso ao TJ-RJ para apuração urgente. A demora na resolução definitiva do caso gera instabilidade na entidade máxima do futebol brasileiro, justamente em um ano crucial com a Copa América e as eliminatórias para a Copa do Mundo.

Falta de colaboração do coronel Nunes acelerou decisão
O desembargador Zéfiro tentou ouvir o coronel Nunes na última segunda-feira (12), mas seu advogado alegou problemas de saúde que impediram o comparecimento. Sem a oitiva, o magistrado cancelou a audiência e, quatro dias depois, decretou o afastamento de Ednaldo. A ausência do ex-presidente – cuja assinatura é peça central na suspeita de fraude – dificulta o esclarecimento dos fatos, mas não impediu a Justiça de agir. A decisão coloca a CBF em um limbo administrativo, com a necessidade urgente de eleições que restaurem a credibilidade da entidade.

Próximos passos e impacto no futebol brasileiro
Com a nomeação de Fernando Sarney como interventor, a CBF tem agora o desafio de conduzir um novo pleito em meio a questionamentos jurídicos e desconfiança generalizada. A entidade, que já enfrenta críticas por sua gestão nos últimos anos, agora vê sua governança ainda mais fragilizada. Enquanto isso, clubes, atletas e torcedores aguardam respostas sobre como a instabilidade administrativa poderá afetar competições e projetos do futebol nacional, incluindo a organização da Copa do Mundo de 2026.