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Publicado em: 26/12/2025
O Natal da família de Tainara Souza Santos, de 31 anos, não foi de celebração, mas de despedida. Na noite desta quarta-feira (24), por volta das 19h, a jovem que se tornou símbolo de resistência após ser brutalmente arrastada por um carro na Marginal Tietê não resistiu às complicações de seus graves ferimentos.
A notícia foi confirmada por sua mãe, Lúcia Aparecida da Silva, em um desabafo emocionante em suas redes sociais:
"Oi, meus amores... É com muita dor que venho avisar que nossa 'guerreirinha' Tay nos deixou. Descansou. Ela acabou de partir desse mundo cruel e está com Deus. Acabou o sofrimento e agora é pedir por justiça", postou Lúcia no Instagram.
Tainara estava internada desde o dia 29 de novembro. Sua trajetória no Hospital das Clínicas foi marcada por tentativas desesperadas da medicina para salvá-la. Ela passou por cirurgias complexas que resultaram na amputação das duas pernas e, na última segunda-feira (22), foi submetida a um novo procedimento na região da coxa e reconstrução plástica.
Embora tenha chegado a sair do coma e ser extubada, seu quadro clínico apresentou uma piora irreversível após as últimas intervenções. Tainara deixa dois filhos: um menino de 12 anos e uma menina de 7.
A tragédia começou na madrugada de 29 de novembro, após Tainara deixar um forró no Parque Novo Mundo, Zona Norte de SP. Segundo testemunhas e amigas da vítima, o agressor, Douglas Alves da Silva (26 anos), iniciou uma discussão por ciúmes dentro do estabelecimento.
Ao sair do local, Douglas já aguardava Tainara em um Volkswagen Golf preto. Ele avançou com o veículo, atropelando-a e prendendo-a sob o chassi. Imagens de segurança chocantes mostram o carro arrastando a jovem da Avenida Morvan Dias de Figueiredo até a Rua Manguari. Douglas fugiu em alta velocidade, ignorando os gritos de testemunhas que tentavam impedir a barbárie.
Douglas Alves da Silva está preso desde o dia 30 de novembro. No momento da prisão, ele tentou tomar a arma de um policial, foi baleado e detido. Em depoimento inicial, ele alegou que sua intenção era atingir um acompanhante de Tainara que o teria ameaçado, uma versão que conflita com as provas colhidas.
Com a morte de Tainara, a situação jurídica de Douglas muda drasticamente:
Nova Tipificação: O caso, que era tratado como tentativa de feminicídio, agora deve ser processado como Feminicídio Consumado.
Clamor Social: O movimento Mulheres de Várzea manifestou solidariedade e exigiu atenção das autoridades. "Tainara não vai ser esquecida, peço que governantes olhem para nós", declarou o grupo em nota.
A defesa da família, representada pelo escritório Wilson Zaska, reiterou que o foco agora é garantir que a pena seja proporcional à crueldade do ato. O horário e local do velório ainda não foram divulgados.