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Justiça determina soltura de motorista de Porsche acusado de matar motoboy

Publicado em: 01/06/2025

Justiça determina soltura de motorista de Porsche acusado de matar motoboy
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Justiça determina soltura de motorista de Porsche acusado de matar motoboy em perseguição fatal
O Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu liberdade provisória ao empresário Igor Ferreira Sauceda, de 28 anos, acusado de atropelar e matar o motoboy Pedro Kaique Ventura Figueiredo em julho do ano passado. A decisão, publicada no dia 30, revogou a prisão preventiva após 10 meses de custódia, determinando o uso de tornozeleira eletrônica e outras medidas restritivas. A defesa do réu não se manifestou sobre a decisão.


Juíza alega falta de "comportamento ameaçador" para manter prisão
Ao aceitar o habeas corpus, a juíza Isabel Begalli Rodriguez argumentou que não houve provas de que Sauceda usou o veículo anteriormente para intimidação ou que apresentou conduta agressiva durante o processo. O magistrado destacou que o acusado permaneceu no local do crime, prestou depoimento e não obstruiu as investigações. A decisão gerou repercussão, especialmente diante da gravidade do caso: um atropelamento com indícios de perseguição e excesso de velocidade.


Restrições impostas ao réu em liberdade
Além da tornozeleira, Sauceda terá a CNH suspensa, não poderá deixar o país — devendo entregar seu passaporte — e precisará comparecer mensalmente à Justiça. Também foi proibido de se ausentar da comarca por mais de oito dias sem aviso prévio. As medidas buscam garantir que o processo siga sem interferências, mas a soltura reacende debates sobre a eficácia de penalidades para crimes com alto potencial de comoção social.


O crime: perseguição, colisão e morte
O caso ocorreu na Avenida Interlagos, em São Paulo, após uma discussão no trânsito. Segundo o delegado Edilson Correia de Lima, Sauceda teria tido um "ataque de fúria" e perseguido a vítima, acelerando seu Porsche a 102 km/h — mais que o dobro do limite permitido (50 km/h). O laudo do Instituto de Criminalística confirmou a velocidade no momento do impacto. Pedro Kaique, morto aos 24 anos, era entregador e deixou um filho de três anos e uma esposa, com quem havia se casado recentemente.


Vítima versus versão do acusado
Sauceda alega que o motociclista bateu em seu carro e quebrou o retrovisor antes de tentar fugir. No entanto, testemunhas e perícias indicam uma perseguição deliberada, com o veículo em alta velocidade. O teste de bafômetro foi negativo, descartando álcool, mas não a intenção violenta. O caso segue em investigação, enquanto a família de Pedro Kaique aguarda por justiça — agora sob a sombra da liberdade condicional do réu.

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