Publicado em: 08/04/2025
A policial militar Mayara Kelly Mota, conhecida por seus vídeos educativos nas redes sociais, foi punida pela corporação com dois dias de permanência no quartel. A sanção, que ainda cabe recurso, gerou polêmica e reacendeu o debate sobre os limites da liberdade de expressão dos agentes de segurança nas redes sociais.
Segundo a Polícia Militar do Ceará, Mayara violou o Código Disciplinar Militar ao se promover com a farda militar em vídeos onde lavava uma viatura e ensinava a fazer um torniquete. A corporação alega que a policial desrespeitou artigos que proíbem a autopromoção e a divulgação de informações que possam prejudicar a imagem da instituição.
O advogado de Mayara, Francisco Sabino, discorda da punição e classifica os vídeos como um "serviço para a sociedade". Ele argumenta que o vídeo sobre o torniquete, por exemplo, foi motivado por um caso de sobrevivência do irmão da policial, também policial militar, que conseguiu estancar um sangramento grave com a técnica.
"Foi uma utilidade pública, mais policiais deveriam fazer isso", defende Sabino.
Já sobre o vídeo da viatura, o advogado afirma que Mayara apenas "enalteceu o trabalho e protagonismo da mulher" na corporação, sem divulgar informações confidenciais ou prejudiciais.
A punição de Mayara levanta questões sobre os limites da liberdade de expressão dos policiais nas redes sociais. Seus vídeos, que somam mais de 41 mil seguidores no Instagram, eram vistos por muitos como informativos e educativos.
A Polícia Militar, por outro lado, alega que a policial violou o Código Disciplinar e prejudicou a imagem da corporação. A decisão, que ainda cabe recurso, será analisada pela Justiça Militar.
A decisão da Polícia Militar se baseia em artigos do Código Disciplinar que proíbem a autopromoção e a divulgação de informações que possam prejudicar a imagem da corporação.