Capsulite Adesiva: Uma Condição Silenciosa que Compromete Movimentos - Pagenews

Capsulite Adesiva: Uma Condição Silenciosa que Compromete Movimentos

Publicado em: 17/03/2025

Capsulite Adesiva: Uma Condição Silenciosa que Compromete Movimentos
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Capsulite Adesiva: Uma Condição Silenciosa que Compromete Movimentos e Exige Atenção Imediata


Acordar com a sensação de que o braço está progressivamente travando, como se perdesse a liberdade de se mover, não é um pesadelo passageiro. É a realidade de milhões que enfrentam a capsulite adesiva, ou "ombro congelado", condição que afeta de 2% a 5% da população global, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, estimativas recentes da Sociedade Brasileira de Ombro e Cotovelo (SBCOC) indicam que mais de 4 milhões de pessoas já tiveram episódios da doença, muitas sem diagnóstico adequado. Longe de ser um incômodo leve, a rigidez incapacitante e a dor crônica desafiam a autonomia de pacientes, com impactos profundos na qualidade de vida.


A doença surge da inflamação da cápsula articular, estrutura vital para a mobilidade do ombro, que se espessa e forma aderências, limitando movimentos básicos como vestir-se ou alcançar objetos. “A capsulite não escolhe momento: pode surgir após um trauma, mas também em decorrência de condições sistêmicas, como diabetes – que triplica o risco –, distúrbios da tireoide ou até estresse pós-cirúrgico”, alerta o Dr. Marcelo Campos, presidente da SBCOC. Dados de 2023 revelam que 30% dos pacientes diabéticos desenvolvem o problema, um número preocupante diante do crescimento global da doença, que já atinge 16,8 milhões de brasileiros, conforme a International Diabetes Federation.


A evolução em três fases é traiçoeira. A fase dolorosa inicial frequentemente é subestimada, com dores noturnas intensas que prejudicam o sono. Na segunda etapa, a rigidez se instala, reduzindo a amplitude do ombro em até 50%, conforme estudos recentes. A recuperação, que pode levar de 1 a 3 anos, exige persistência: “Muitos abandonam o tratamento na fase de ‘descongelamento’, achando que a melhora espontânea é suficiente, mas sequelas de movimento podem permanecer”, adverte Campos.


O diagnóstico precoce é crucial. Exames de imagem, como ressonância magnética, ajudam a diferenciar a capsulite de lesões como rupturas do manguito rotador, cuja confusão atrasa o tratamento correto em 40% dos casos, segundo a SBCOC. As terapias evoluíram: além de anti-inflamatórios e fisioterapia especializada, técnicas minimamente invasivas, como hidrodilatação articular (infiltração com soro fisiológico guiada por ultrassom), ganham espaço, reduzindo em 30% a necessidade de cirurgia.


A mensagem é clara: sintomas como dor persistente e rigidez progressiva não podem ser normalizados. “A capsulite não tratada pode levar a atrofia muscular e limitações permanentes”, enfatiza Campos. Em um mundo onde a saúde musculoesquelética é vital para a independência, buscar ajuda especializada não é opção – é urgência.


Dados atualizados reforçam a importância da conscientização: a cada ano, 150 mil novos casos são diagnosticados no Brasil. A prevenção passa pelo controle de doenças crônicas e pela atenção a sinais precoces – porque, quando se trata de mobilidade, cada movimento conta.

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