Publicado em: 16/05/2025
Casamentos entre pessoas do mesmo sexo aumentam, enquanto uniões entre homens e mulheres caem no CE
O Ceará registrou em 2023 o maior número de casamentos civis entre casais homossexuais desde 2013, marcando uma significativa mudança no perfil das uniões formalizadas no estado. Enquanto os casamentos heterossexuais apresentam queda acentuada, as uniões homoafetivas quase triplicaram na última década, refletindo uma transformação social em curso.
Queda histórica nos casamentos heterossexuais
Entre 2013 e 2023, o estado cearense registrou uma redução de 23,82% nos casamentos entre homens e mulheres, passando de 45.570 para 34.715 uniões. Essa diminuição representa aproximadamente 10,5 mil casamentos a menos em dez anos, um dado que acompanha a tendência nacional de declínio nas formalizações de relações heterossexuais.
Crescimento expressivo das uniões homoafetivas
Em contraste, os casamentos entre pessoas do mesmo sexo apresentaram crescimento notável: saltaram de 184, em 2013, para 499 em 2023 – um aumento de 171%. As mulheres lideram esse movimento, com 299 uniões registradas no último ano, um crescimento de 187,5% em relação a 2013. Já entre os homens, os números subiram de 80 para 200, um aumento de 150%.
Dados revelam mudanças no cenário social
As informações, divulgadas pelo IBGE nesta sexta-feira (16), integram as "Estatísticas do Registro Civil", que também abrangem divórcios, nascimentos e óbitos. O aumento nas uniões homoafetivas reflete não apenas maior aceitação social, mas também o fortalecimento de direitos conquistados após a regulamentação do casamento igualitário no Brasil. Enquanto isso, a queda nos casamentos heterossexuais segue tendência observada em todo o país, possivelmente influenciada por mudanças culturais, prioridades geracionais e alternativas de formalização de relacionamentos.
O Ceará, assim, espelha uma realidade nacional: a busca por reconhecimento legal do amor independe de gênero, mesmo que o modelo tradicional de família continue em transformação. Os números não apenas atualizam o panorama das relações afetivas no estado, mas também reforçam a importância do debate sobre inclusão e direitos civis na sociedade contemporânea.