No Ceará fábricas de remédios contra o câncer

Em Eusébio, Ceará, duas novas fábricas estão a caminho para transformar a saúde pública e a economia da região. Com mais de R$ 1 bilhão em investimentos, esses projetos – apoiados pelo Ministério da Saúde, pelo governo estadual e pela Fiocruz – prometem beneficiar milhões de pacientes do SUS.

O primeiro projeto é o Complexo Tecnológico em Insumos Estratégicos, uma biofábrica que inicia suas obras em fevereiro. Ocupando 225 mil metros quadrados, ela vai produzir ingredientes farmacêuticos ativos usados em medicamentos para tratar certos tipos de câncer, doenças inflamatórias como artrite reumatoide e problemas gastrointestinais, além de produzir hormônio do crescimento. Com recursos do Novo PAC, os primeiros lotes estão previstos para 2031, marcando um avanço significativo na indústria nacional.

O segundo empreendimento é a Biofábrica de Wolbachia, instalada no campus da Fiocruz Ceará. A ideia é simples e revolucionária: usar o microrganismo Wolbachia – que já vive em 60% dos insetos – para “incomodar” os mosquitos Aedes aegypti, bloqueando a transmissão dos vírus da dengue, zika e chikungunya. A expectativa é produzir até 10 milhões de mosquitos por semana. Com um custo de até R$ 88 milhões, estudos mostram que cada real investido pode gerar uma economia de até R$ 500 em gastos com medicamentos e internações, podendo beneficiar cerca de 55 milhões de brasileiros em sete anos.

Além de melhorar o tratamento e a prevenção de doenças, essas iniciativas têm o potencial de transformar Eusébio em um polo de desenvolvimento no Nordeste, gerando empregos e impulsionando a economia local. É uma aposta na inovação e no fortalecimento da indústria nacional, que promete trazer mais qualidade e segurança para a saúde de todos.