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Pesquisa expõe lacuna alarmante entre ciência e prática na musculação

Publicado em: 27/03/2025

Pesquisa expõe lacuna alarmante entre ciência e prática na musculação
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Pesquisa expõe lacuna alarmante entre ciência e prática na musculação
Enquanto o mercado fitness brasileiro triplicou em uma década – saltando de 19,2 mil para 56,8 mil academias entre 2014 e 2024 (IBGE) –, um estudo austríaco revela que 72% dos praticantes de musculação cometem erros básicos por desconhecimento científico. A discrepância coloca em risco não apenas resultados, mas a saúde: 28% das lesões em academias estão ligadas a técnicas inadequadas, segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia.


O abismo entre crenças e evidências
A pesquisa, realizada com 721 praticantes em 20 academias, mostrou que apenas 5 das 14 questões sobre treinamento foram respondidas corretamente pela maioria. Entre os mitos mais perigosos: 63% acreditam na "janela anabólica" (mito), enquanto 58% rejeitam a eficácia de baixas cargas para hipertrofia (fato). Esses equívocos perpetuam métodos ineficazes – um problema global, já que 41% dos frequentadores de academias nos EUA também adotam práticas sem embasamento (Journal of Sports Science, 2023).


Mitos que custam tempo (e saúde)
A lista de enganos inclui riscos concretos:




  • 71% creem que carboidratos pré-treino melhoram desempenho (mito), potencializando consumo desnecessário de suplementos;




  • 69% atribuem ao magnésio o poder de prevenir câimbras (mito), ignorando causas como desidratação e sobrecarga;




  • 61% insistem que mulheres têm menos ganhos musculares (mito), reforçando estereótipos que afastam 32% delas da musculação (Pesquisa Vigitel).




Impacto econômico da desinformação
O mercado de suplementos movimentou R$ 5,2 bilhões no Brasil em 2023, mas 44% dos produtos são consumidos de forma inadequada, segundo a Abenutri. O mito da "proteína animal superior à vegetal" (desmentido por 18 meta-análises) sustenta um setor que poderia ser 30% mais eficiente com orientação correta.


Caminhos para uma revolução fitness
O Dr. Fábio Dominski, autor de Exercício Físico e Ciência - Fatos e Mitos, alerta: "Priorizar volume diário de proteína (1,6g/kg) em vez de timing e combinar cargas variadas são estratégias comprovadas". Sua obra, relançada em 2024, propõe soluções:




  1. Substituir dogmas por revisões sistemáticas (nível máximo de evidência);




  2. Treinos curtos e frequentes (3x/semana) superam maratonas esporádicas;




  3. Amplitude total de movimento é crucial – reduzindo lesões em 19%.




Conclusão: educação como alicerce do progresso
Com 81% dos profissionais de educação física relatando dificuldade em combater mitos (Conselho Federal de Educação Física), a crise exige ação coletiva. Plataformas digitais, como o podcast do Dr. Dominski no Spotify, surgem como armas contra a desinformação – porque na era do fitness viral, conhecimento científico precisa ser tão contagioso quanto os memes.



Quantas vezes por semana treinar para hipertrofia?
Mínimo de 2 sessões por grupo muscular, com 48h de descanso – meta-análises mostram ganhos 37% maiores.
Proteína vegetal é suficiente?
Sim. Combinações como arroz + feijão ou quinoa + lentilha fornecem aminoácidos essenciais equivalentes.
Como identificar mitos nas academias?
Desconfie de "regras" inflexíveis e busque fontes com referências em revistas científicas indexadas (ex.: PubMed).


Atenção: Este conteúdo não substitui avaliação profissional. Para planos personalizados, consulte um educador físico registrado no CREF. Sua saúde muscular merece bases sólidas – literalmente.

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