O Olhar Que Marcou Gerações: Morre Sebastião Salgado, Artista Que Retratou o Mundo em Preto e Branco. - Pagenews

O Olhar Que Marcou Gerações: Morre Sebastião Salgado, Artista Que Retratou o Mundo em Preto e Branco.

Publicado em: 23/05/2025

O Olhar Que Marcou Gerações: Morre Sebastião Salgado, Artista Que Retratou o Mundo em Preto e Branco.
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Morre Sebastião Salgado, o fotógrafo que eternizou a dor e a beleza da humanidade
O mundo perdeu nesta sexta-feira (23) Sebastião Salgado, um dos mais importantes nomes da fotografia contemporânea. Aos 80 anos, o brasileiro faleceu em Paris, onde residia, sem que a causa da morte fosse divulgada imediatamente. Salgado lutava contra complicações de saúde decorrentes de uma malária contraída nos anos 1990, durante um de seus trabalhos documentais em regiões de risco.


Um legado interrompido: projetos e família
A morte de Salgado ocorreu às vésperas de um momento significativo para sua família: no sábado (24), ele estaria presente na inauguração dos vitrais criados por seu filho, Rodrigo, que tem síndrome de Down, para uma igreja em Reims. O fotógrafo havia cancelado um compromisso com jornalistas na cidade um dia antes, citando problemas de saúde. Em entrevista à Folha há um mês, ele demonstrava esperança com um novo tratamento, afirmando: "Minhas fotos talvez sobrevivam cem anos, mas os vitrais dele vão ficar por milhares de anos".


Serra Pelada e o olhar que mudou a fotografia documental
Salgado alcançou reconhecimento global no final dos anos 1980 com sua icônica série em preto e branco sobre Serra Pelada, o gigantesco garimpo de ouro na Amazônia que atraiu milhares de pessoas em busca de riqueza. Suas imagens, marcadas por um contraste dramático e uma profundidade humana única, não apenas registraram, mas denunciaram as condições desumanas do trabalho na mina.


Uma perda irreparável para a arte e o jornalismo
"Sebastião Salgado foi o maior e mais importante fotógrafo brasileiro, além de parceiro habitual da Folha, onde publicou séries históricas de imagens, numa colaboração que nos enche de orgulho. A perda é mundial", afirmou Sérgio Dávila, diretor de Redação da Folha de S.Paulo. Sua obra, que atravessou continentes para retratar migrações, conflitos e a relação do homem com a natureza, deixa um vazio na fotografia documental – mas também um legado que continuará a inspirar gerações.

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