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Ataque israelense em Gaza mata líder do Hamas

Publicado em: 23/03/2025

Ataque israelense em Gaza mata líder do Hamas
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Ataque israelense em Gaza mata líder do Hamas e amplia crise humanitária em meio a escalada bélica
Conflito entra em novo ciclo de violência após cessar-fogo frágil, com centenas de mortos e risco de expansão regional.


Um ataque aéreo israelense nesta madrugada (23) em Khan Younis, sul da Faixa de Gaza, matou Salah al-Bardaweel, um dos principais líderes políticos do Hamas, e sua esposa, segundo confirmou a Reuters. A ação ocorre após dois meses de trégua precária e marca a retomada de operações militares intensas, que já deixaram mais de 400 mortos na região desde terça-feira (18), conforme autoridades palestinas. O Hamas classificou o ato como "assassinato deliberado" e prometeu retaliação, acentuando temores de uma guerra prolongada.


Contexto da escalada




  • Alvos estratégicos: Além de Bardaweel, Israel eliminou na última semana Essam Addalees (chefe do governo do Hamas) e Mahmoud Abu Watfa (chefe de segurança interna), enfraquecendo a estrutura de comando do grupo.




  • Cessar-fogo rompido: A trégua mediada pelo Egito em janeiro de 2025 durou 60 dias, mas colapsou após ataques recíprocos a civis em Ashkelon (Israel) e Rafah (Gaza).




  • Custo humano: Desde outubro de 2023, o conflito já matou 38,200 palestinos (70% civis, segundo a ONU) e 1,540 israelenses (a maioria em ataques de 7 de outubro).




Impacto imediato e reações


Em comunicado, o Hamas afirmou: "O sangue de nossos mártires alimentará a resistência. Israel não quebrará nossa determinação". Enquanto isso, organizações humanitárias alertam para o colapso em Gaza:




  • 85% da população depende de ajuda externa para sobreviver (UNRWA, mar/2025).




  • Hospitais operam com 7% dos medicamentos essenciais devido ao bloqueio israelense.




Silêncio de Israel e pressão internacional


O governo israelense não comentou o ataque a Bardaweel, mas fontes militares citadas pelo Times of Israel justificam as operações como "resposta a células terroristas". A postura gera críticas:




  • UE condenou a "desproporcionalidade" dos ataques.




  • EUA, sob pressão de eleitores árabes-americanos, pediram "contenção bilateral".




O risco de um conflito sem fim


Analistas apontam que a morte de líderes do Hamas pode fragmentar o grupo, radicalizando facções menores e alimentando ciclos de vingança. Enquanto isso, a Cisjordânia registra protestos diários, e o Líbano enfrenta ataques esporádicos do Hezbollah — sinais de que a chama da guerra pode se alastrar.


Neste cenário, a Torre de Babel moderna não é feita de tijolos, mas de escombros. E cada vida perdida, seja em Gaza ou em Israel, é mais um degrau rumo ao abismo de um conflito que desafia a linguagem da paz.

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