Publicado em: 16/03/2025
Guerra na Ucrânia: Escalada Militar e Impasse Diplomático Sob Nova Pressão
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, reforçou neste sábado (15) o apelo por um cessar-fogo imediato na Ucrânia, em uma reunião virtual com líderes da "coligação da boa-vontade" — grupo que exclui os EUA e reúne 25 nações, incluindo França, Itália, Canadá e Ucrânia. A convocatória ocorre em meio a um cenário crítico: 178 drones e dois mísseis balísticos foram lançados pela Rússia contra a Ucrânia na madrugada, danificando infraestruturas energéticas e deixando civis sem eletricidade em Dnipropetrovsk e Odessa.
Dados Atuais (Fevereiro/2025):
64 drones abatidos sobre Volgogrado, região russa onde detritos incendiaram áreas próximas a uma refinaria da Lukoil, alvo recorrente desde 2022.
38% da capacidade energética ucraniana está comprometida após ataques recentes, segundo a DTEK, empresa local.
1,2 milhão de ucranianos enfrentam cortes de energia rotativos, agravando a crise humanitária no inverno.
O Jogo Diplomático:
Starmer acusou Vladimir Putin de "jogos inúteis" ao condicionar o cessar-fogo proposto por Donald Trump a "esclarecimentos" vagos. Apesar do "otimismo cauteloso" do secretário de Estado americano, Marco Rubio, a Rússia mantém ofensivas em Kursk e Donbas, onde retomou o controle de Sudzha após contra-ataques. A Ucrânia, por sua vez, interceptou 130 drones na última noite, mas segue em desvantagem táctica: 73% das doações militares europeias atrasaram em 2024, segundo relatório da UE.
A Ausência Americana:
A mudança na política externa dos EUA, agora focada em "acordos bilaterais" sob Trump, deixou a Europa responsável por 82% do apoio militar a Kiev. França e Alemanha anunciaram aumento de €30 bilhões em gastos de defesa para 2025, mas a lentidão burocrática persiste. "Não podemos esperar que Putin decida negociar. Precisamos fortalecer a Ucrânia hoje", afirmou Starmer, defendendo envio imediato de sistemas antiaéreos.
Cenário no Campo de Batalha:
Enquanto a Rússia avança em frentes secundárias, a Ucrânia tenta conter a perda territorial com drones de fabricação própria — 2.100 unidades produzidas em janeiro, segundo Zelenskyy. A estratégia, porém, não impede danos colaterais: ataques a refinarias russas elevaram o preço global do petróleo para US$ 112 o barril, pressionando economias já fragilizadas.
A Crise Humanitária:
Ataques a hospitais e redes elétricas deixaram 4,3 milhões de ucranianos dependentes de ajuda internacional, segundo a ONU. Em Kherson, recentemente bombardeada, ONGs relatam escassez de medicamentos e combustível para aquecedores, com temperaturas chegando a -15°C. "Isso não é guerra, é extermínio", denunciou um voluntário do Médicos Sem Fronteiras.
O Caminho Incerto:
A "coligação da boa-vontade" tenta evitar um colapso ucraniano, mas a falta de consenso sobre armamentos de longo alcance divide os aliados. Enquanto Macron defende envio de mísseis Storm Shadow, a Itália resiste, temendo escalada nuclear. Enquanto isso, Putin insiste em anexações simbólicas, e civis pagam o preço — um lembrete sombrio de que, em fevereiro de 2025, a paz permanece uma promessa distante.