Publicado em: 23/03/2025
Filha trans de Elon Musk expõe crise familiar e questiona ética na escolha de gênero de filhos
Em um relato contundente nas redes sociais, Vivian Wilson, 20 anos, filha transgênero do bilionário Elon Musk, acusou o pai de selecionar o sexo dos filhos durante procedimentos de fertilização in vitro (FIV) — revelando um conflito que transcende o pessoal e toca em debates éticos globais. A jovem, que rompeu laços com Musk em 2022, descreveu sua existência como fruto de uma "transação comercial", em que sua identidade foi "atribuída como mercadoria comprada e paga".
Vivian, nascida do relacionamento de Musk com a escritora Justine Wilson, afirmou que a escolha prévia de seu sexo biológico a reduziu a um "produto que precisou ser rebatido". "Ao me assumir trans, senti que estava sabotando o que foi vendido", declarou. A prática de seleção de sexo em FIV, embora legal em muitos países, é alvo de críticas de entidades como a OMS, que alerta para riscos de desequilíbrios demográficos e reforço de estereótipos de gênero. Nos EUA, 23% das clínicas de fertilidade oferecem a opção, segundo a Society for Assisted Reproductive Technology (2024).
Enquanto Musk não se manifestou sobre as declarações da filha, sua postura pública contra a "consciência woke" e a diversidade de gênero amplifica o impacto do caso. Em 2023, o empresário chamou pronomes neutros de "ameaça à liberdade de expressão" no X (antigo Twitter), plataforma que adquiriu em 2022. Para Vivian, porém, a luta é mais íntima: "A expectativa de masculinidade que carreguei foi uma prisão. Como isso é permitido?".
O caso revela a tensão entre avanços tecnológicos e direitos humanos. Especialistas em bioética, como Dra. Laura Fernández, da Universidade de Harvard, destacam: "A seleção de sexo em FIV abre precedentes perigosos, como a fetichização de características biológicas. Vivian personifica o grito de uma geração que rejeita ser moldada por expectativas alheias".
Enquanto isso, dados da Human Rights Campaign mostram que 62% de jovens transgênero nos EUA enfrentam rejeição familiar — realidade que Vivian transformou em denúncia pública. Seu relato não é apenas sobre uma crise familiar, mas sobre um sistema que prioriza controle sobre autonomia. Em um mundo onde a identidade é cada vez mais plural, sua voz ecoa um apelo: tecnologia não deve ditar quem merece existir.