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Foto: Agência Brasil
A Faixa de Gaza mergulhou em um novo ciclo de violência implacável nas últimas horas, com Israel intensificando seus bombardeios e deixando um rastro de morte e destruição. Entre a terça (13) e a quarta-feira (14), ao menos 70 palestinos perderam suas vidas sob o fogo israelense, um número estarrecedor que inclui a perda de 22 crianças, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. O boletim da pasta lança um alerta sombrio: o número de vítimas pode ser ainda maior, com inúmeras pessoas soterradas sob os escombros e corpos espalhados pelas ruas, aguardando o trabalho desesperador das equipes de resgate e defesa civil.
Jabalia no Epicentro da Tragédia: Lares Transformados em Túmulos:
- Ataques Aéreos Massivos: Médicos locais relatam que a maioria das vítimas desta quarta-feira, incluindo mulheres e crianças, sucumbiu à intensidade de uma série de ataques aéreos israelenses que alvejaram diversas residências na região de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza. Atingir áreas residenciais com tamanha força levanta sérias questões sobre a proporcionalidade e a distinção dos alvos em meio ao conflito.
Netanyahu Acena com "Força Total" em Meio à Visita de Trump:
- Escalada Alarmante: A intensificação dos ataques ocorre em um momento delicado, marcado pelas declarações firmes do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que reafirmou a determinação de seu Exército em "completar a ofensiva" contra o Hamas com "força total". Essa retórica belicosa coincide com a viagem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pelo Oriente Médio, uma visita que poderia influenciar a dinâmica do conflito, mas que até o momento não parece ter surtido efeito na escalada da violência.
Silêncio de Tel Aviv e Libertação de Refém em Contraste:
- Resposta Militar Ausente: O Exército israelense manteve um silêncio estratégico em relação aos bombardeios desta quarta-feira até a última atualização desta reportagem, sem confirmar ou negar sua responsabilidade pelos ataques que ceifaram tantas vidas.
- Libertação Recente: A escalada da violência ocorre poucos dias após a libertação de Edan Alexander, um refém americano-israelense que esteve sob o poder do Hamas em Gaza desde outubro de 2023. A libertação do refém, um evento que poderia sinalizar uma possível abertura para negociações, parece ter sido ofuscada pela retomada intensificada dos ataques.
Hospital Alvo: Alegações e Negações em Khan Younis:
- Ataque a Unidade de Saúde: Na terça-feira, outro ataque aéreo israelense atingiu o Hospital Europeu em Khan Younis, no sul do território palestino, resultando na morte de ao menos 16 pessoas e deixando mais de 70 feridos. Explosões foram novamente reportadas no local nesta quarta-feira, elevando a apreensão sobre a segurança das instalações médicas em Gaza.
- Centro de Comando ou Abrigo Civil? O Exército israelense justificou o ataque ao Hospital Europeu alegando que o local abrigava um "centro de comando do Hamas" subterrâneo. O grupo terrorista palestino, por sua vez, negou veementemente essa acusação, reforçando as preocupações sobre a proteção de civis e infraestrutura essencial em meio ao conflito.
A intensificação dos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, com um número alarmante de crianças entre as vítimas, levanta questões urgentes sobre a condução das hostilidades e o respeito ao direito internacional humanitário. A retórica de "força total" em um território densamente povoado e a alegação de uso militar de hospitais, sem evidências claras e verificáveis, acirram ainda mais as tensões e aprofundam o ciclo de violência que assola a região há décadas.
