Publicado em: 30/03/2025
Google em crise? A Geração Z está abandonando as buscas tradicionais
Por mais de duas décadas, o Google dominou 92% do mercado global de buscas, mas seu reinado enfrenta uma ameaça sem precedentes: 51% da Geração Z (nascidos após 1997) agora preferem buscar informações no TikTok e em chatbots de IA, como o ChatGPT, segundo relatório da YPulse (2024). Especialistas alertam que, se a gigante das buscas não se adaptar, poderá seguir o mesmo destino do Titanic – símbolo de grandeza que subestimou mudanças disruptivas.
O declínio do Google entre os jovens: dados que alarmam
Enquanto o Google processa 8,5 bilhões de buscas diárias, seu uso entre jovens de 18 a 24 anos caiu 25% desde 2020, de acordo com a SEMrush (2023). O motivo? A geração hiperconectada busca respostas rápidas e contextualizadas, não listas de links. “Por que digitar ‘melhores exercícios para costas’ no Google se um vídeo de 30 segundos no TikTok mostra a execução correta?”, questiona Laura Martínez, analista de tendências digitais.
TikTok e IA: os novos motores de busca da Geração Z
Um estudo interno do TikTok (2023) revelou que 74% dos usuários da plataforma já a usaram para pesquisar produtos, tutoriais ou notícias. Já os chatbots de IA, como o ChatGPT, atendem a 100 milhões de usuários semanais – muitos deles jovens que valorizam respostas diretas, sem anúncios. “A IA não é uma ameaça futura. Ela já está drenando 30% das buscas tradicionais em temas como saúde e finanças”, afirma o relatório Future of Search da McKinsey (2024).
A metáfora do Titanic: um alerta para o Google
Em análise recente, o The Wall Street Journal comparou o Google ao Titanic: “Ambos foram os maiores de seus tempos, mas a incapacidade de antever icebergs – como a ascensão da IA – pode levar ao mesmo desfecho”. A Alphabet, controladora do Google, ainda detém 91% do mercado de buscas, mas seu crescimento anual desacelerou para 3,5% em 2023, o menor em uma década.
O futuro das buscas: personalização versus instantaneidade
Para a Geração Z, a praticidade supera a tradição. Plataformas como TikTok e Instagram oferecem respostas em formato de vídeo, enquanto ferramentas de IA sintetizam informações em segundos. “O Google entrega links; a IA entrega soluções”, resume Daniel Costa, especialista em inovação. O risco é claro: 68% dos jovens consideram buscas tradicionais “demoradas e imprecisas” (Pew Research, 2023).
Reinvenção ou obsolescência: o desafio do Google
A gigante respondeu lançando o Bard (seu chatbot de IA) e integrando buscas por imagens e vídeos, mas críticos apontam lentidão na inovação. Enquanto isso, 43% das empresas já investem em SEO para TikTok e IA generativa (HubSpot, 2024). O alerta é urgente: se o Google não repensar seu modelo – ainda dependente de anúncios (80% da receita) –, pode se tornar um “dinossauro digital”, incapaz de competir com a agilidade das novas gerações.
A crise não é o fim, mas um sinal de que até gigantes podem naufragar. Como diz Martínez: “No oceano digital, sobrevivem os que ouvem os ventos da mudança – e ajustam as velas antes da tempestade”.