Jabuticabas marcianas: Descoberta pode reescrever a história de Marte - Pagenews

Jabuticabas marcianas: Descoberta pode reescrever a história de Marte

Publicado em: 28/03/2025

Jabuticabas marcianas: Descoberta pode reescrever a história de Marte
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NASA investiga "jabuticabas marcianas": descoberta pode reescrever a história de Marte
O rover Perseverance, da NASA, identificou formações rochosas esféricas na cratera Jezero, em Marte, que viralizaram nas redes sociais como "jabuticabas espaciais". As estruturas, encontradas em 12 de julho de 2024 na região de St. Paul’s Bay, medem entre 3 e 5 mm e apresentam texturas incomuns, com sulcos e poros. Apesar do apelido lúdico, cientistas alertam: essas formações podem ser a chave para entender processos geológicos críticos – ou até bioassinaturas de um passado remoto.


O mistério das esferas: entre vulcões e vida ancestral
Análises iniciais do instrumento PIXL do Perseverance revelaram altas concentrações de hematita, mineral ligado à presença de água. Duas teorias dominam o debate: (1) concreções formadas por água subterrânea há 3,7 bilhões de anos, quando Marte tinha lagos, ou (2) produtos de impacto meteorítico que fundiram rochas em microesferas. A hipótese mais controversa, porém, sugere padrões de erosão compatíveis com estromatólitos – estruturas criadas por micróbios na Terra primitiva.


Por que essa descoberta é um marco científico?
A cratera Jezero foi escolhida para exploração justamente por ser um antigo delta fluvial. As "jabuticabas" estão incrustadas em rochas sedimentares datadas do período Noachiano, época em que Marte possuía atmosfera densa e água líquida. Para a astrobióloga Dr.ª Melissa Rice, da equipe da NASA, "cada esfera é uma cápsula do tempo: se houver matéria orgânica preservada, isso redefinirá nossa busca por vida extraterrestre".


Riscos e próximos passos: a corrida contra o tempo marciano
O Perseverance coletou amostras das esferas para futura análise na Terra, mas o retorno do material só ocorrerá na década de 2030, através da missão conjunta NASA-ESA. Enquanto isso, ventos de 100 km/h na cratera Jezero ameaçam corroer as estruturas, potencialmente apagando evidências cruciais. O rover já está mapeando a área com o laser SuperCam para priorizar coletes urgentes.


Além da curiosidade: implicações para a Terra
O estudo dessas formações ajuda a entender como minerais e possíveis microorganismos resistem a ambientes extremos – conhecimento vital para preparar missões humanas a Marte. Paradoxalmente, as "jabuticabas marcianas" também trazem um alerta: se vida existiu lá, seu desaparecimento serve como analogia sombria para as crises climáticas terrestres. Cada nova descoberta em Marte não é só sobre o passado do planeta vermelho, mas um espelho do futuro da humanidade.






 



 



 



 



 





 

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