Publicado em: 11/04/2025
Imagine viver mais de meio século isolado do mundo exterior, construindo um muro não de tijolos, mas de medo. Essa é a história de Nzamwita, um ruandês de 71 anos que, desde os 16, vive em um autoexílio bizarro, impulsionado por uma fobia rara e paralisante: a ginofobia, o medo irracional de mulheres.
Aos 16 anos, Nzamwita começou a sentir um pavor incontrolável na presença de mulheres. A ansiedade se intensificava a tal ponto que ele se viu obrigado a se isolar em sua própria casa, transformando-a em uma fortaleza contra o mundo feminino. Para garantir sua segurança, construiu uma cerca de 4 metros de altura, isolando-se completamente da comunidade.
Paradoxalmente, são justamente as mulheres da vila que garantem sua sobrevivência. Comovidas com a situação, elas lançam comida e suprimentos por cima da cerca, demonstrando compaixão e solidariedade.
A ginofobia é um transtorno de ansiedade específico, caracterizado por um medo intenso e irracional de mulheres. Os sintomas podem variar desde ansiedade leve até ataques de pânico, sudorese, taquicardia e dificuldade para respirar.
"A ginofobia é uma fobia complexa que pode ter diversas origens, como traumas de infância, experiências negativas com mulheres ou até mesmo fatores genéticos", explica o psicólogo Dr. Paulo Almeida. "O isolamento social, como no caso de Nzamwita, é uma forma de evitar o objeto do medo, mas apenas agrava o problema a longo prazo."
O caso de Nzamwita é um exemplo extremo de como a ginofobia pode impactar a vida de uma pessoa. O isolamento prolongado pode levar a outros problemas de saúde mental, como depressão e transtornos de ansiedade generalizada.
A ginofobia, como qualquer outra fobia, pode ser tratada com terapia cognitivo-comportamental e, em alguns casos, medicamentos. O tratamento busca expor gradualmente o paciente ao objeto do medo, ajudando-o a controlar a ansiedade e a superar a fobia.