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Morre co-CEO da Samsung

Publicado em: 25/03/2025

Morre co-CEO da Samsung
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Morte de co-CEO da Samsung em momento crítico expõe desafios do gigante tecnológico
Han Jong-Hee, co-diretor executivo da Samsung Electronics e arquiteto da ascensão do conglomerado coreano ao topo global dos eletrônicos, morreu nesta terça-feira aos 63 anos, vítima de uma parada cardíaca. Sua morte não só encerra uma trajetória de três décadas marcada por inovação, mas chega em um momento delicado para a empresa, que enfrenta ameaças crescentes de rivais chineses e disputas acirradas em setores estratégicos como chips de IA.


De telas a IA: o legado de um visionário


Han ingressou na Samsung em 1991, na divisão de telas, e foi peça-chave para superar rivais como a Sony, consolidando a empresa como líder mundial em TVs — posição mantida por 18 anos consecutivos. Promovido a vice-presidente em 2021, assumiu a divisão Device Experience, responsável por smartphones, eletrodomésticos e TVs, além de impulsionar a integração de inteligência artificial em produtos como geladeiras e aspiradores. Seu lema, "eterno número 1", refletia a ambição que moldou a cultura da Samsung.


Crise e concorrência: o timing sombrio


A morte de Han coincide com um ano decisivo para a Samsung. A empresa enfrenta:




  • Avanço de marcas chinesas (como Xiaomi e Huawei), que combinam preços competitivos e tecnologia avançada;




  • Disputa por chips de memória para IA, onde a SK Hynix lidera;




  • Pressão de EUA e China em setores como semicondutores e dispositivos conectados.




Na última assembleia de acionistas, Han admitiu que 2025 seria "difícil", mas prometeu buscar fusões e aquisições para reverter a desaceleração. Sua ausência deixa um vácuo na estratégia de integração de IA, área que ele via como "o futuro da conexão entre 500 milhões de dispositivos vendidos anualmente".


Impacto imediato e preocupações


Embora as ações da Samsung tenham se recuperado após uma queda inicial em Seul, analistas alertam para riscos estratégicos. "Han era o cérebro por trás da unificação de produtos físicos e inovação digital", destacou Sanjeev Rana, da CLSA. Sua supervisão sobre smartphones e TVs garantia coesão em um conglomerado com mais de 270 mil funcionários.


Sucessão e o desafio da continuidade


Han dividia o comando com Jun Young-hyun, responsável por semicondutores. Agora, a Samsung precisará redistribuir suas responsabilidades em meio a:




  • Transição para a era generativa da IA;




  • Necessidade de reduzir dependência de chips de memória, setor em crise cíclica;




  • Pressão por inovação em dispositivos móveis, onde a Apple e as chinesas avançam.




A empresa não anunciou um substituto, mas fontes internas sugerem que TM Roh, presidente de dispositivos móveis, poderá assumir parte do legado operacional. Enquanto isso, a morte de Han relembra a vulnerabilidade de gigantes tecnológicos diante de perdas humanas irreparáveis — especialmente em uma era onde a inovação não espera.


O recado é claro: o mesmo "espírito de desafio" que Han encarnou será essencial para a Samsung navegar em águas tão turbulentas sem seu timoneiro histórico.

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