Publicado em: 10/05/2025
Ascensão de Leão 14 frustra ultradireita nos EUA, que acusa o papa de "marxista"
A eleição do cardeal Robert Prevost, de 69 anos, como o primeiro papa americano da história, foi recebida com descontentamento por setores radicais do movimento Maga ("Make America Great Again"). Apesar de Donald Trump ter parabenizado publicamente o agora papa Leão 14, seus apoiadores mais extremistas veem a escolha como uma derrota cultural, já que o novo pontífice já demonstrou posicionamentos contrários à intolerância e em defesa da inclusão social.
Críticas da ultradireita e acusações de "marxismo"
Laura Loomer, uma das vozes mais conhecidas da extrema-direita americana, atacou o novo papa nas redes sociais, citando um antigo tuíte em que ele pedia orações por George Floyd. "Papa marxista", escreveu ela, em tom de escárnio. Já Steve Bannon, ex-estrategista de Trump, classificou a eleição de Prevost como a "pior possível" para os católicos conservadores, acusando o Vaticano de estar sob controle de "globalistas".
Tensão entre conservadores e a nova liderança da Igreja
A nomeação de Leão 14 ocorreu logo após uma série de eventos em Roma organizados por grupos católicos conservadores dos EUA, como a "America Week", uma iniciativa de arrecadação de fundos liderada pela Papal Foundation, entidade que doou US$ 14 milhões para projetos ligados à Igreja. A presença maciça de benfeitores alinhados a Trump gerou especulações sobre uma tentativa de influenciar o conclave, mas o resultado frustrou suas expectativas.
O desafio de equilibrar tradição e mudança
Enquanto setores progressistas celebram a postura do novo papa em temas como imigração e direitos humanos, a ala conservadora teme um afastamento da doutrina tradicional, especialmente após as polêmicas bênçãos a casais LGBTQIA+ no pontificado de Francisco. Sean Davis, do site The Federalist, resumiu o descontentamento: "Temo que o novo papa fortaleça as forças globalistas e enfraqueça o populismo nacionalista". Ainda assim, Leão 14 herda uma Igreja dividida, onde seu maior desafio será conciliar reformas necessárias com a unidade da fé católica.