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Por que um copo com água gelada transpira?

Publicado em: 23/03/2025

Por que um copo com água gelada transpira?
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Por que um copo com água gelada "transpira"? Fenômeno cotidiano revela crise silenciosa no equilíbrio do ar que respiramos
Entenda como a física da condensação está ligada à saúde pública e aos desafios climáticos globais


A imagem de um copo suando ao segurar água gelada parece inofensiva, mas esconde um processo vital para a vida humana – e um alerta sobre as condições do ar que respiramos. O fenômeno, explicado pela condensação do vapor d’água presente na atmosfera, é o mesmo que mantém nossas vias respiratórias lubrificadas. "Sem essas moléculas de água em suspensão, a respiração seria dolorosa e ineficiente, já que o ar seco danifica mucosas e predispõe a infecções", destaca Moacyr Marranghello, coordenador do curso de Física da Ulbra.


Quando a superfície fria do copo entra em contato com o ar ambiente, as moléculas de vapor perdem energia, condensando-se em gotículas. Esse mecanismo, porém, não é apenas uma curiosidade física: reflete a umidade relativa do ar, indicador crítico para saúde pública. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), níveis abaixo de 40% já comprometem o sistema respiratório, cenário comum em regiões como o Centro-Oeste brasileiro, onde a umidade pode cair a 15% no inverno, conforme dados do INMET (2024).


A relação entre o "suor" do copo e a respiração humana ganha urgência em um planeta onde 40% da população global já enfrenta secas severas, segundo relatório da ONU (2023). Alterações climáticas estão reduzindo a umidade em áreas críticas, agravando doenças como asma e rinites alérgicas – que afetam 30% dos brasileiros, de acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI).


Por que isso importa?




  • Saúde coletiva: Baixa umidade aumenta em 67% o risco de internações por doenças respiratórias, alerta o Ministério da Saúde (2023).




  • Crise climática: O aquecimento global intensifica a evaporação, desequilibrando ciclos hidrológicos e tornando secas mais frequentes.




"O simples ato de um copo ‘suar’ nos lembra que a água invisível no ar é um recurso tão essencial quanto a própria água líquida", reforça Marranghello. Enquanto governos debatem metas para reduzir emissões, entender fenômenos aparentemente banais pode ser a chave para preservar o equilíbrio frágil – e vital – entre ciência, saúde e sobrevivência.

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