Publicado em: 26/03/2025
Reino Unido alerta para vírus com potencial pandêmico e riscos globais
A Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA) divulgou uma lista de 24 agentes patogênicos considerados ameaças críticas à saúde global, incluindo quatro já presentes no país. Entre eles, vírus como o Nipah (com taxa de letalidade de 40% a 75%) e bactérias resistentes a antibióticos, como a Staphylococcus aureus. O alerta surge em um contexto em que 75% das nações não possuem planos robustos para pandemias, segundo a OMS (2023).
Critérios de risco: entre mudanças climáticas e lacunas médicas
A seleção considerou infectividade, gravidade das doenças e vulnerabilidade do Reino Unido. As mudanças climáticas amplificam os perigos: casos de doenças transmitidas por mosquitos, como dengue e chikungunya, aumentaram 58% no país desde 2020, impulsionados pelo aquecimento global. Além disso, 30% dos vírus listados não têm tratamentos ou vacinas, como o vírus Oropouche, que avança na América do Sul.
Famílias virais sob vigilância: do sarampo à gripe aviária
A família Paramyxoviridae, que inclui o vírus Nipah e o sarampo, é a mais preocupante. Um patógeno semelhante ao sarampo poderia ser "mais mortal que a Covid-19", alerta Mark Woolhouse, da Universidade de Edimburgo. Em 2023, o sarampo teve surtos em 37 países devido à queda na vacinação. Já a gripe aviária (H5N1), presente em 70 nações, infectou mamíferos como focas e raposas, elevando o risco de adaptação humana.
Bactérias resistentes: a ameaça silenciosa na lista
A lista inclui bactérias como a Neisseria gonorrhoeae, com resistência a antibióticos em 82% dos casos no Reino Unido (UKHSA, 2023), e a Yersinia pestis, causadora da peste bubônica. A tuberculose resistente a medicamentos matou 1,6 milhão em 2022 (OMS), destacando a urgência de novos tratamentos.
Especialistas reforçam urgência em preparo global
"Isso não é ficção científica. Um vírus como o Nipah pode cruzar fronteiras em horas", afirma Isabel Oliver, da UKHSA. Em 2023, o Reino Unido destinou £ 210 milhões para pesquisas em vacinas de mRNA, visando patógenos prioritários. Já a OMS negocia um acordo global para compartilhamento de dados e recursos, essencial diante de surtos como o mpox, que se espalhou por 113 países em 2022.
Lista completa e o caminho para mitigação
Além de vírus como Ébola e MERS (letalidade de 34%), a lista inclui bactérias como Bacillus anthracis (antraz) e Streptococcus grupo A, responsável por surtos mortais de escarlatina. Enquanto vacinas existem para sarampo e gripe, lacunas persistem: nenhum tratamento eficaz para Febre de Lassa, que matou 34% dos infectados na Nigéria em 2023. A mensagem é clara: sem investimento contínuo em vigilância e inovação, a próxima pandemia é questão de tempo.