Publicado em: 15/04/2025
Em uma reviravolta surpreendente que reacende o debate sobre a tradição e os direitos animais, uma decisão judicial recente suspendeu a histórica proibição das touradas tradicionais na Cidade do México. A medida, que havia sido aprovada com grande apoio legislativo em março de 2025, volta a permitir o ferimento e a morte de touros nas arenas da maior cidade taurina do mundo, pelo menos por enquanto.
Apesar do clamor de ativistas e da aprovação esmagadora da legislação que visava banir a crueldade contra os animais, a indústria taurina obteve uma vitória judicial que reacende a polêmica. A decisão ocorre pouco tempo após a votação que havia proibido "ferir ou matar touros por esporte", abrindo espaço apenas para as chamadas "touradas sem violência", onde o tempo de permanência do animal na arena era limitado e o uso de instrumentos que causassem dano era vetado.
Relembrando a decisão inicial: Em uma votação histórica ocorrida em 18 de março de 2025, os legisladores da Cidade do México haviam proibido as touradas tradicionais, com o apoio da então presidente eleita Claudia Sheinbaum. A legislação aprovada com 61 votos a 1 visava impedir o ferimento e a morte de touros em espetáculos, permitindo apenas as "touradas sem violência".
Na ocasião, Xóchitl Bravo Espinosa, a legisladora que liderou o movimento pela mudança, declarou: "Meu coração sempre bateu pelo bem-estar dos animais". Ela havia defendido um equilíbrio, permitindo as touradas modificadas para proteger os empregos dependentes da indústria.
Apesar da proibição inicial, a paixão e os interesses econômicos ligados à tauromaquia parecem ter encontrado um caminho para reverter a decisão, ao menos temporariamente. A situação atual na Cidade do México é de incerteza, com defensores dos animais prometendo lutar para restabelecer a proibição e os aficionados pelas touradas celebrando o retorno da tradição em sua forma mais visceral. O debate sobre o futuro das touradas na capital mexicana segue acirrado, com a balança entre a cultura secular e a ética animal pendendo novamente para o lado da controvérsia.