Publicado em: 24/03/2025
Rússia impiedosa com a Ucrância
Zelensky, com a gravidade de quem carrega o peso de um país em conflito, exige que os aliados ocidentais assumam uma postura mais firme para frear os avanços russos. Após novos ataques em Kiev que ceifaram vidas e deixaram dezenas de feridos, o presidente ucraniano deixou claro: “São necessárias novas decisões e pressões sobre Moscou para que esses ataques cessem, assim como a guerra”. Ele aponta para conversas diplomáticas marcadas para esta segunda-feira na Arábia Saudita, nas quais se espera redefinir os rumos de um conflito que já dura desde a invasão russa de fevereiro de 2022.
A madrugada recente trouxe cenas de um conflito que não dá trégua: um ataque com drones atingiu bairros residenciais de Kiev, deixando três mortos – incluindo um pai e sua filha – e pelo menos dez feridos, entre eles um bebê de menos de um ano. Imagens de incêndios em blocos de apartamentos chocam e relembram que, mesmo na era das redes sociais, a dor e a destruição não se escondem atrás de filtros.
Enquanto a diplomacia se move para encontrar uma saída, o exército russo continua suas ofensivas, retomando territórios como a cidade de Sribne e intensificando a pressão em vilarejos ucranianos. Na região de Rostov, um drone ucraniano abatido não poupou vítimas, reforçando a urgência de se repensar as estratégias de defesa. Em resposta, a Ucrânia intensifica seus ataques a alvos militares e energéticos em território inimigo, numa tentativa de reequilibrar esse tabuleiro de xadrez onde cada peça conta.
No meio desse cenário sombrio, as autoridades ucranianas, representadas inclusive pelo vice-ministro das Relações Exteriores, Andrii Sybiga, clamam por mais sistemas de defesa aérea e apoio concreto do Ocidente. Afinal, quando o terror é sistemático e deliberado contra civis, não há como disfarçar a contradição entre palavras de paz e atos de violência.
Apesar do cenário desolador, a firmeza de Zelensky e o apelo por decisões concretas demonstram que, mesmo em meio ao caos, há quem acredite que a união de esforços e a coragem das negociações podem, finalmente, virar essa página. Afinal, se a história nos ensinou algo, é que a esperança persiste, mesmo quando o presente parece insuportavelmente pesado.