Publicado em: 16/03/2025
Tommy Hilfiger em meio a cenário competitivo de marcas e pressões do mercado de streaming
Em um momento em que empresas globais buscam reforçar visibilidade em meio a custos crescentes de publicidade e concorrência acirrada, a Tommy Hilfiger anunciou uma parceria estratégica com o aguardado filme F1, produção da Apple Films que estreia em 27 de junho de 2024. A colaboração posiciona a marca como patrocinadora da equipe fictícia APXGP, com sua bandeira estampada no halo, laterais do carro e uniformes dos pilotos — movimento que visa capitalizar o ressurgimento do interesse pela Fórmula 1, impulsionado por documentários como Drive to Survive e o recorde de público no GP de Las Vegas em 2023 (380 mil espectadores).
A aposta ocorre em um contexto desafiador para o mercado de luxo e entretenimento: em 2024, o setor de streaming enfrenta pressões por rentabilidade, com a Apple TV+ investindo pesadamente em produções exclusivas para competir com gigantes como Netflix e Amazon Prime. Para marcas como a Tommy Hilfiger, que patrocina equipes de F1 há mais de 30 anos (incluindo Lotus, Ferrari e Mercedes-AMG), a parceria representa não só uma continuidade de legado, mas também um risco calculado em um cenário onde 42% dos consumidores globais priorizam gastos com experiências em vez de produtos físicos (dados McKinsey, 2023).
Dirigido por Joseph Kosinski (responsável por Top Gun: Maverick, que arrecadou US$ 1,5 bilhão globalmente), o filme conta com Brad Pitt e Damson Idris — embaixador da linha masculina da marca — em uma trama que mergulha no universo de alta velocidade e glamour das pistas. A estratégia de product placement reforça a conexão da Tommy com o esporte, mas também levanta questões sobre a eficácia desse modelo em um ambiente midiático fragmentado, onde apenas 23% das campanhas de branding em filmes geram engajamento mensurável (Fonte: Nielsen, 2024).
Enquanto a estreia promete alavancar o marketing sazonal da marca, especialistas alertam para a necessidade de sinergia entre investimentos em entretenimento e resultados tangíveis, especialmente em um ano em que o varejo global enfrenta crescimento modesto de 2,7% (IBGE, projeção para 2024). A parceria, portanto, não é apenas uma celebração do automobilismo, mas um teste de relevância em um mercado que exige cada vez mais criatividade — e cautela — na alocação de recursos.