São Paulo, SP- Em São Bernardo do Campo, uma cidade de peso na Grande São Paulo, o que parecia ser uma carreira política em ascensão se transformou em uma queda abrupta e cheia de reviravoltas. Marcelo de Lima Fernandes, que há apenas oito meses comemorava sua posse como prefeito, foi afastado do cargo após uma operação da Polícia Federal que investiga um esquema de corrupção.
A notícia chocou a região, mas para quem acompanha a política local, a trajetória de Lima é bem conhecida. Eleito deputado federal em 2022, o político do Podemos já havia atuado como vice-prefeito de Orlando Morando (PSDB) por dois mandatos. A relação, que parecia sólida, desmoronou no último ano, quando uma briga política por poder e indicações eleitorais criou uma fissura entre os dois.
O estopim da discórdia foi a sucessão de Morando na prefeitura. Em vez de apoiar seu então vice, o tucano decidiu apostar na sobrinha, Flávia Morando, uma candidata sem experiência política que administrava o supermercado da família. A escolha, impulsionada por laços familiares e políticos, não foi bem aceita por Marcelo Lima, que tinha suas próprias ambições. A tensão entre os dois se tornou pública e culminou no rompimento.
O resultado da disputa eleitoral foi uma prova da força de Lima. Ignorando a indicação de Morando, o então vice-prefeito disparou nas pesquisas e, com 28,6% dos votos no primeiro turno, deixou Flávia Morando para trás, que terminou em quarto lugar. A vitória nas urnas parecia consolidar a ascensão política de Lima, mas o destino reservava uma surpresa.
A Polícia Federal solicitou a prisão do prefeito, mas a Justiça optou por uma medida menos severa: o afastamento do cargo e o uso de tornozeleira eletrônica. Lima agora está proibido de se ausentar da cidade, de ter contato com outros investigados e de sair de casa à noite e nos fins de semana. Enquanto a investigação avança, a cidade do ABC se pergunta o que acontecerá com o prefeito que chegou ao poder após uma batalha política e caiu em tão pouco tempo.
