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Publicado em: 22/11/2025
Fortaleza, Ceará- O ex-governador e ex-presidenciável Ciro Gomes (PSDB) selou seu retorno ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e assumiu oficialmente a presidência estadual da legenda no Ceará em um evento carregado de simbolismo político na capital, Fortaleza, no dia 22 de outubro de 2025. A movimentação é vista por analistas como o maior realinhamento do campo da oposição no estado, com o objetivo claro de desbancar o ciclo de poder do Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições de 2026.
A filiação, costurada principalmente pelo ex-senador Tasso Jereissati, marca o reencontro de Ciro com o partido pelo qual foi eleito governador no início dos anos 90, e encerra uma década de militância no Partido Democrático Trabalhista (PDT).
A saída de Ciro Gomes do PDT foi motivada por sua profunda divergência com a cúpula nacional e estadual do partido, que optou por aderir formalmente à base de apoio do Governo Lula e do governador petista Elmano de Freitas. Em seu discurso de filiação, Ciro não poupou críticas, classificando o PDT como um "puxadinho do PT" e denunciando o que chamou de "roubalheira generalizada" em Brasília.
O tom foi de confronto direto ao lulismo, com o ex-ministro ironizando as alianças do atual presidente: "Aqui [no PSDB] não tem ladrão. E lá, dá para dizer isso?", questionou, em uma fala que inflamou a militância tucana e os representantes da oposição presentes. Ele também falou em "libertação" do Ceará, indicando que a disputa de 2026 será travada em termos morais e de gestão.
A posse de Ciro no PSDB, ao lado de Tasso Jereissati, consolidou a criação de um polo oposicionista que busca unir diferentes matizes ideológicos. No evento, estiveram presentes lideranças de partidos como PL, União Brasil, Cidadania e Avante, sinalizando a construção de uma frente ampla contra o PT.
Para o PSDB, o movimento é uma injeção de ânimo e o resgate de um palanque competitivo no Nordeste, especialmente após sucessivas perdas de espaço no cenário nacional. Ciro, que já declarou não ter mais interesse em disputar a Presidência da República, concentra agora toda sua energia na disputa pelo Palácio da Abolição, visando o Governo do Ceará em 2026.
A estratégia visa explorar o desgaste do atual grupo governista e a histórica rivalidade entre os irmãos Gomes (Ciro e Cid, que agora comanda o PSB no estado), oferecendo aos cearenses uma alternativa robusta e com histórico de realizações no estado. [Imagem de um gráfico de barras mostrando a queda do PSDB nacional e o potencial de Ciro Gomes no Ceará]
Análise Estratégica:
O realinhamento tem duas grandes implicações:
Fim do Ciclo Familiar: Formaliza-se a ruptura definitiva do grupo político dos irmãos Gomes, com Ciro (PSDB) e Cid (PSB) em campos opostos.
Polarização Definida: O Ceará caminha para uma polarização centralizada entre o bloco pró-PT (liderado por Elmano de Freitas/Lula) e a grande frente de oposição liderada por Ciro Gomes e o PSDB, atraindo forças de centro-esquerda e até mesmo do bolsonarismo local.
O desafio de Ciro e do PSDB é transformar a união programática em votos, superando as diferenças ideológicas históricas entre o ex-ministro (com histórico de esquerda e centro-esquerda) e o partido tucano, historicamente ligado ao centro-direita.