Publicado em: 02/04/2025
Hugo Motta alerta sobre tarifaço de Trump: “O Brasil não é de esquerda ou direita, é do povo”
Em meio à ameaça de retaliações comerciais do ex-presidente dos EUA Donald Trump, que pode impactar US$ 11 bilhões em exportações brasileiras (dados de 2023), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), fez um apelo urgente por união. “Definitivamente, nas horas críticas, não há um Brasil de esquerda ou direita. Há apenas o povo brasileiro, e é ele que devemos defender”, declarou nesta terça (1º), após a aprovação do PL da Reciprocidade no Senado.
Ameaça externa exige pragmatismo, não ideologia
Motta enfatizou que a possível imposição de tarifas por Trump – revivida em discursos recentes do republicano – exige “equilíbrio e pragmatismo” do Congresso. “Não é hora de heroísmos ou mesquinhez, mas de responsabilidade. Se falharmos, quem paga é a população”, alertou. O PL da Reciprocidade, que permite ao Brasil retaliar medidas unilaterais de outros países, é visto como uma resposta estratégica para proteger setores como aço e agricultura, que empregam 8 milhões de brasileiros.
PL da Reciprocidade: corrida contra o tempo
Aprovado em caráter urgente na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o projeto aguarda votação na Câmara. O líder do governo, Randolfe Rodrigues (PT-AP), pressiona para que o texto seja analisado até esta quarta (2). A demora, segundo especialistas, deixaria o Brasil vulnerável: em 2024, os EUA são o segundo maior comprador de produtos nacionais, com fluxo comercial de US$ 71,2 bilhões.
União ou risco coletivo: o recado aos parlamentares
Motta criticou a polarização que ameaça atrasar a votação. “O povo espera lealdade, não disputas ideológicas”, disse, lembrando que 72% dos brasileiros reprovam brigas partidárias em crises, segundo pesquisa Datafolha de março. O desafio agora é evitar que o tema vire moeda de troca em ano eleitoral. Como ressaltou o deputado: “Acima de tudo, está o povo. Tudo fica menor quando a referência é ele”. A questão que fica: o Congresso ouvirá o alerta?