Publicado em: 26/03/2025
No Japão, Lula faz críticas veladas a Trump e defende o multilateralismo
Em discurso ao lado do primeiro-ministro japonês, em Tóquio, o presidente criticou o protecionismo e alertou sobre os riscos da ascensão da extrema-direita e do negacionismo climático.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou sua visita oficial ao Japão para lançar críticas veladas às políticas do governo Trump, defendendo o multilateralismo e alertando sobre os perigos do protecionismo econômico e da ascensão da extrema-direita.
Durante o Fórum Empresarial Brasil-Japão, realizado na capital japonesa, Lula destacou três preocupações globais: a negação da política, a ameaça à democracia e a crise climática. Segundo ele, a eleição de líderes negacionistas, que não reconhecem a ciência do clima e atacam instituições democráticas, representa um grave risco para a humanidade.
O presidente também defendeu o livre comércio e criticou as medidas protecionistas adotadas por alguns países, afirmando que elas podem levar a uma nova Guerra Fria. Ele destacou a importância do multilateralismo para a economia, a tecnologia e a cultura.
As críticas de Lula ao governo Trump ganharam ainda mais destaque por terem sido feitas em território estrangeiro e ao lado do primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba. Em uma reunião bilateral, Lula citou diretamente os Estados Unidos e afirmou que ninguém deseja uma nova Guerra Fria entre Washington e Pequim.
O presidente brasileiro também aproveitou a ocasião para convidar o Japão a investir no Brasil, chamando o país de "porto seguro" para investimentos estrangeiros. Ele anunciou a assinatura de diversos acordos de cooperação entre os dois países e destacou a importância de fortalecer a parceria econômica, especialmente entre o Brasil e o Mercosul.
Lula também mencionou a COP30, que será realizada em Belém, no Pará, e convidou o primeiro-ministro japonês a participar do evento. Ele afirmou que a COP30 será a mais importante de todas e que espera um debate sério sobre o controle do aquecimento global. O presidente criticou países que estão abandonando o Acordo de Paris, como os Estados Unidos.