Publicado em: 02/05/2025
Esvaziamento no Ministério do Planejamento preocupa
Dois anos e quatro meses após o início do governo Lula, a ministra Simone Tebet viu cinco de seus seis principais auxiliares deixarem o Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO). Apenas o secretário-executivo Gustavo Guimarães permanece no cargo, enquanto nomes como Sérgio Firpo (Monitoramento), Renata Amaral (Assuntos Internacionais) e Paulo Bijos (Orçamento) já se despediram da pasta.
Frustração com dinâmica governamental acelera saídas
Fontes próximas ao ministério relatam que parte das saídas ocorreu por insatisfação com a dificuldade de implementar agendas estratégicas. Sérgio Firpo, cuja saída foi confirmada nesta semana, demonstrava descontentamento com a falta de resultados concretos das revisões propostas. Outros auxiliares também teriam sido impactados pelo imediatismo das demandas governamentais, que limitam o planejamento de médio e longo prazo.
Isolamento político fragiliza a pasta
Apesar do reconhecimento técnico da equipe de Tebet, a ministra enfrenta dificuldades de articulação dentro do governo. Sua filiação ao MDB a distancia do núcleo duro de Lula, composto por figuras como Gleisi Hoffmann, Rui Costa e Fernando Haddad. Essa desconexão das decisões centrais limita a influência do Planejamento nas políticas estratégicas, reforçando a percepção de marginalização da pasta.
Justificativas oficiais não escondem desafios estruturais
As saídas foram oficialmente atribuídas a motivos pessoais ou novas oportunidades – como Renata Amaral, que seguiu para o BID, e Leany Lemos, que migrou para o setor privado. No entanto, o alto turnover revela um problema mais profundo: a dificuldade de alinhar a gestão técnica do Planejamento com as demandas políticas do governo, um desafio que permanece sem solução.