Publicado em: 30/05/2025
Tarcísio defende Bolsonaro e nega intenções golpistas em depoimento ao STF
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, testemunhou nesta sexta-feira (30) no Supremo Tribunal Federal (STF) que nunca teve conhecimento de qualquer intenção golpista por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro após as eleições de 2022. Durante seu depoimento na ação que investiga uma suposta trama golpista, Tarcísio, que foi ministro da Infraestrutura de Bolsonaro e manteve-se aliado após a derrota eleitoral, descreveu o ex-presidente como "triste e resignado" no período pós-eleição.
"Nunca houve menção a ruptura institucional", afirma governador
Em declarações contundentes, Tarcísio afirmou: "Jamais tive conhecimento de intenções golpistas. Nunca. O presidente jamais tocou nesse assunto e não mencionou qualquer tipo de ruptura". O governador reforçou que, em suas visitas a Bolsonaro no período crítico após as eleições, encontrou apenas um presidente abatido pela derrota, sem qualquer indício de planejamento para permanecer no poder. Seu depoimento integra a série de audiências com testemunhas indicadas exclusivamente pela defesa do ex-presidente.
STF avança nas investigações sobre suposta trama golpista
A Primeira Turma do STF ouve nesta sexta outras testemunhas-chave, incluindo o senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-chefe da Casa Civil de Bolsonaro. Os depoimentos ocorrem após revelações bombásticas da semana passada, quando ex-comandantes das Forças Armadas confirmaram que Bolsonaro e o então ministro da Defesa discutiram com os militares o documento que ficou conhecido como "minuta do golpe". Enquanto Valdemar Costa Neto, presidente do PL, foi dispensado de depor, as investigações seguem para esclarecer os eventos que cercaram a transição presidencial em 2022.
Contraste entre versões alimenta debate político
O depoimento de Tarcísio contrasta com outras evidências apresentadas no processo, criando um embate de narrativas sobre os acontecimentos pós-eleição. Enquanto o governador paulista pinta um quadro de resignação, outras testemunhas militares sugerem discussões preocupantes sobre a manutenção do poder. O caso continua a dividir opiniões e manter a tensão política, com o STF buscando reconstituir os fatos que marcaram um dos períodos mais delicados da recente democracia brasileira.