Visão Noturna Sem Fio: Cientistas Criam Lentes de Contato que Dão "Supervisão" Humana! - Pagenews

Visão Noturna Sem Fio: Cientistas Criam Lentes de Contato que Dão "Supervisão" Humana!

Publicado em: 23/05/2025

Visão Noturna Sem Fio: Cientistas Criam Lentes de Contato que Dão "Supervisão" Humana!
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Fortaleza, CE – Prepare-se para ver o mundo de uma forma totalmente nova! Cientistas chineses desenvolveram lentes de contato de visão noturna que, segundo eles, podem conceder uma verdadeira “supervisão” aos seres humanos. Essa tecnologia inovadora, ao contrário dos volumosos óculos tradicionais, dispensa fontes de energia e promete revolucionar a forma como enxergamos em ambientes de baixa luminosidade.




A Mágica por Trás da "Supervisão"


As lentes funcionam com um conceito engenhoso: elas utilizam nanopartículas minúsculas para absorver a luz de baixa frequência, como a infravermelha, que é invisível ao olho humano. Em seguida, essas nanopartículas a reemitem no espectro visível, permitindo que o usuário veja o que antes estava oculto na escuridão.


Essa tecnologia é um salto em relação aos óculos de visão noturna convencionais, que surgiram em combates noturnos na Segunda Guerra Mundial. Os óculos tradicionais usam tubos intensificadores de imagem eletrônicos que transformam fótons em elétrons e os exibem em uma tela verde luminescente. Contudo, eles são grandes, exigem energia e não distinguem com precisão a luz infravermelha em comprimentos de onda maiores.


As novas lentes, descritas em 22 de maio na revista Cell Press, incorporam nanopartículas de fluoreto de gadolínio e sódio com itérbio, érbio e ouro luminescentes em polímeros flexíveis e atóxicos – os mesmos usados em lentes de contato gelatinosas comuns. Elas absorvem o infravermelho próximo (800 a 1.600 nanômetros) e o emitem como luz visível (380 a 750 nanômetros).




Testes Promissores: De Camundongos a Humanos


Os pesquisadores, liderados pelo neurocientista Tian Xue, da Universidade de Ciência e Tecnologia da China, testaram as lentes inicialmente em camundongos. Os resultados foram impressionantes: os roedores com as lentes preferiam ambientes escuros iluminados por luz infravermelha, e suas pupilas se contraíam, indicando que seus centros de processamento visual estavam ativados.


Em seguida, a equipe avançou para testes em humanos. Os participantes conseguiram perceber a luz infravermelha cintilante e identificar sua direção. Um detalhe curioso é que a visão infravermelha foi aprimorada quando os participantes fechavam os olhos. "É totalmente claro: sem as lentes de contato, o sujeito não consegue ver nada, mas quando as coloca, consegue ver claramente a cintilação da luz infravermelha", afirmou Xue. "Também descobrimos que, quando o sujeito fecha os olhos, consegue receber essa informação cintilante com ainda mais eficiência, porque a luz infravermelha próxima penetra na pálpebra com mais eficácia do que a luz visível, portanto, há menos interferência da luz visível."




Aplicações no Futuro: Muito Além da Visão Noturna


As possibilidades para essa tecnologia são vastas. Xue destaca que "nossa pesquisa abre o potencial para dispositivos vestíveis não invasivos oferecerem supervisão às pessoas". As aplicações potenciais vão desde o uso em ambientes de segurança e resgate até a criptografia e o combate à falsificação, onde a luz infravermelha cintilante poderia transmitir informações codificadas.


Essa inovação tem o potencial de transformar não apenas campos como o militar e a segurança, mas também de abrir portas para novas formas de interação e percepção visual no dia a dia, tornando a "supervisão" acessível de uma maneira nunca antes imaginada.

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