Publicado em: 22/04/2025
O ambiente escolar brasileiro, que deveria ser um porto seguro de aprendizado, tornou-se palco de uma escalada preocupante de violência. Um estudo contundente da Fapesp revela que, na última década (2013-2023), os registros de violência nas escolas mais do que triplicaram. Em 2023, um número alarmante de 13,1 mil atendimentos médicos foram realizados em decorrência de automutilações, tentativas de suicídio e agressões físicas ou psicológicas ocorridas dentro das instituições de ensino. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, há dez anos, esse número era de apenas 3,7 mil casos.
Os dados chocantes, levantados a partir de atendimentos nas redes pública e privada de saúde com informações do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), pintam um quadro sombrio da realidade vivenciada por estudantes, professores e profissionais da educação em todo o país, inclusive no Ceará. O pico de violência em 2023 é resultado de uma complexa teia de fatores estruturais, sociais e culturais que corroem o bem-estar da comunidade escolar.
As Faces da Ameaça: Tipos de Violência nas Escolas:
O Ministério da Educação (MEC) identifica quatro categorias principais de violência que assolam o ambiente escolar:
Por Que a Violência Explodiu nas Escolas?
Especialistas apontam para um conjunto de causas interligadas que explicam o aumento da violência, especialmente no período entre 2022 e 2023:
A influência de grupos online que glorificam a violência e o sofrimento também agrava o cenário, principalmente entre adolescentes. Por outro lado, a melhoria nos sistemas de notificação de casos de violência nos serviços de saúde contribui para um registro mais completo da realidade.
Um Caminho Urgente para a Reconstrução da Segurança:
Reverter essa onda de violência exige mais do que medidas isoladas. Especialistas defendem ações estruturais que transformem a cultura escolar e fortaleçam as redes de apoio:
A violência nas escolas é um reflexo de um problema social profundo que clama por atenção imediata e soluções efetivas. Garantir que a escola seja um espaço seguro e acolhedor é uma responsabilidade de todos: do poder público às famílias, construindo juntos um futuro mais seguro para nossas crianças e jovens.