Ceará: porta de saída de 50% das frutas brasileiras, mas desafios à vista

Ceará: porta de saída de 50% das frutas brasileiras, mas desafios à vista
O Ceará consolida-se como um dos principais hubs de exportação de frutas do país, responsável por escoar metade do volume nacional. Em 2024, mais de 160 mil toneladas de frutas, no valor de R$ 1 bilhão, passaram pelo Porto do Pecém, reforçando o estado como quarto maior exportador do Nordeste. No entanto, o cenário global exige atenção, com tarifas comerciais e instabilidade econômica pressionando o setor.

Melão lidera exportações, e produção no CE será retomada
O melão segue como carro-chefe das vendas externas cearenses, com a Itaueira anunciando a retomada da produção no estado após sete anos. A empresa prevê um aumento de 20% na produção com a nova área plantada em Morada Nova. Além do melão amarelo, variedades como mini melancia sem semente e melões Cantalupe e Galia serão testadas para exportação. A logística refrigerada é essencial: contêineres com controle de temperatura garantem a qualidade em mercados exigentes como Europa e EUA.

Rotas aéreas e marítimas ampliam oportunidades, mas Europa ainda domina
Enquanto o modal marítimo segue sendo o principal meio de exportação, a nova rota aérea da Latam entre Fortaleza e Portugal promete agilidade, com voos semanais transportando mais de 20 toneladas de frutas. A Europa continua sendo o destino prioritário, com Holanda, Itália e Espanha à frente. Edson Brok, da Abrafrutas, destaca a vantagem logística do Ceará, mas alerta para a necessidade de manter padrões rigorosos diante da concorrência global.

Cenário incerto exige cautela dos exportadores
Karina Frota, da FIEC, reconhece que 2025 traz perspectivas positivas, com aumento no plantio de melão e infraestrutura portuária robusta. No entanto, as recentes tarifas norte-americanas e a volatilidade econômica exigem preparo. "O mundo está em terreno instável", afirma. O segundo semestre, tradicionalmente mais forte, será decisivo para avaliar se o Ceará conseguirá manter seu protagonismo em meio às turbulências do comércio internacional.