Energia furtada no CE em 2024: um rombo capaz de abastecer quatro cidades - Pagenews

Energia furtada no CE em 2024: um rombo capaz de abastecer quatro cidades

Publicado em: 21/05/2025

Energia furtada no CE em 2024: um rombo capaz de abastecer quatro cidades
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Energia furtada no CE em 2024: um rombo capaz de abastecer quatro cidades
Os números revelados pela Enel Ceará expõem uma crise que vai além do prejuízo financeiro: o volume de energia roubada no estado em 2024 (1,42 TWh) seria suficiente para suprir o consumo anual de Caucaia, Maracanaú, Sobral e Juazeiro do Norte juntas – municípios que somam mais de 1,2 milhão de habitantes. Em um país onde 2,5 milhões de brasileiros ainda vivem sem acesso à eletricidade, segundo o IBGE, o dado revela um paradoxo entre escassez e desperdício criminoso.


Além do prejuízo: riscos à população e desafios operacionais
As 38.307 fraudes identificadas em 2024 – fruto de 156 mil inspeções e 135 operações policiais – representam um risco direto à segurança pública. A Enel alerta que as ligações clandestinas aumentam em 87% os riscos de incêndios e acidentes graves, além de sobrecarregar a rede e causar interrupções no fornecimento legal. Só entre janeiro e abril, 11 mil casos foram flagrados, com 27 prisões em flagrante, mas a escalada do problema pressiona a infraestrutura energética em um estado onde 18% da população vive abaixo da linha da pobreza, segundo a Fundação Seade.


Operações de combate intensificam, mas problema persiste
Apesar das 37 prisões realizadas em 2024 e do investimento de R$28 milhões em tecnologia anti-furto, a enel enfrenta uma guerra desigual. Os prejuízos anuais superam R$ 1 bilhão – valor que poderia reduzir a tarifa para usuários legais em até 9%, segundo cálculos da Aneel. Enquanto isso, famílias de baixa renda pagam a conta dupla: sofrem com a instabilidade da rede e arriscam-se em conexões ilegais, muitas vezes incentivadas por esquemas organizados que lucram com a informalidade. O cenário exige não apenas repressão, mas políticas públicas que combatam a raiz do problema: a exclusão energética que ainda atinge 4,5% dos cearenses, segundo o Ministério de Minas e Energia.

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