Presidente do Ceará destaca apoio a Samir Xaud na CBF

Presidente do Ceará destaca apoio a Samir Xaud na CBF em meio a desafios estruturais do futebol brasileiro
João Paulo Silva, presidente do Ceará Sporting Club, participou da eleição que confirmou Samir Xaud como novo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no último domingo (25), no Rio de Janeiro. Em um cenário marcado por polarizações e críticas à gestão anterior da entidade, Xaud assumiu com um mandato até 2029, apoiado por 26 federações e 18 clubes, mas enfrentou resistência: 103 votos a favor e 38 contra revelam a divisão no cenário político do futebol nacional.

Ceará reforça alinhamento institucional em meio a turbulências
Em entrevista ao Diário do Nordeste, João Paulo elogiou as primeiras ações de Xaud, incluindo a proposta de reduzir os estaduais para 11 datas (ante 16) e avançar no fair play financeiro — medida urgente, considerando que 65% dos clubes da Série A encerraram 2023 com dívidas superiores a R$ 100 milhões. O dirigente alvinegro já solicitou uma reunião com o novo presidente para discutir calendário e demandas específicas do clube.

“Respeitamos a institucionalidade e apoiamos o novo presidente, mas não podemos ignorar os desafios. O futebol precisa de união e mudanças concretas”, afirmou João Paulo, destacando a necessidade de diálogo sobre a formação das ligas, tema crítico após anos de conflitos entre CBF, clubes e entidades regionais.

Prioridades de Samir Xaud enfrentam pressão por resultados imediatos
As metas anunciadas por Xaud incluem:

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  Revisão do calendário nacional, pressionado por Fifa e Conmebol para adequação a torneios internacionais;

  
  


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  Inclusão de representantes dos clubes na Comissão de Arbitragem, visando maior transparência;

  
  


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  Grupo de trabalho para fair play financeiro, em resposta à crise econômica que afeta 78% dos times das Séries A e B;

  
  


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  Criação da Liga unificada (Libra e LFU), projeto ainda frágil devido a disputas de poder;

  
  


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  Combate ao racismo, com retomada de torneios como a Taça Indígena, em um país onde 31% dos jogadores relatam sofrer discriminação;

  
  


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  Investimentos no futebol feminino, setor que recebe apenas 2,5% do orçamento total dos clubes.

  
  

Divisão entre clubes expõe fragilidade política
A eleição evidenciou fissuras: enquanto o Ceará apoiou Xaud, times como Fortaleza boicotaram o processo, alinhados à Liga Forte União (LFU), que defendia Reinaldo Carneiro Bastos (FPF) como candidato. A ausência de consenso reflete um cenário onde apenas 10 clubes da Série A e 10 da B compareceram — sinal de desconfiança em meio a escândalos recentes de governança na CBF.

Discurso de Xaud sinaliza mudanças, mas execução é desafio
Em seu primeiro pronunciamento, Xaud prometeu “reconectar o futebol às suas bases”, mas herda uma entidade sob investigação do Ministério Público e com credibilidade abalada. Para João Paulo, o momento exige pragmatismo: “O Ceará está aberto ao diálogo, mas o sucesso desta gestão dependerá de ações, não apenas de discursos”. A reunião agendada entre o clube e a CBF será um termômetro inicial desse novo capítulo.