Quatro Fósseis Brasileiros Serão Repatriados da Alemanha em Novo Acordo Histórico - Pagenews

Quatro Fósseis Brasileiros Serão Repatriados da Alemanha em Novo Acordo Histórico

Publicado em: 17/06/2025

Quatro Fósseis Brasileiros Serão Repatriados da Alemanha em Novo Acordo Histórico
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Fortaleza, Ceará- Em um importante passo para a recuperação do patrimônio científico e cultural brasileiro, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Museu Nacional de Hannover, na Alemanha, assinaram nesta sexta-feira, 13 de junho de 2025, em Berlim, uma declaração de intenções para a repatriação de quatro fósseis brasileiros.




O Acordo e a Importância da Repatriação


O documento foi formalizado pelo secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do MCTI, Inácio Arruda, e pela diretora de Coleções e Pesquisa do museu alemão, Claudia Andratschke. A iniciativa reforça o compromisso do Brasil em trazer de volta peças que contam a história geológica e biológica do país.


"Os fósseis são uma riqueza imensa, que resistem ao tempo e mostram como era nossa fauna há milhões de anos. O MCTI não poupou esforços para viabilizar essa transação e hoje colhemos o fruto desse trabalho", destacou Inácio Arruda, sublinhando o valor inestimável desses achados para a pesquisa e o conhecimento nacional.




Os Fósseis que Retornarão ao Brasil


Os quatro fósseis que farão o caminho de volta para casa representam diferentes períodos e regiões do Brasil:



  • Vinctifer comptoni: Um peixe que viveu há cerca de 115 milhões de anos na Formação Santana da Bacia do Araripe, no Ceará.

  • Notelops: Outro peixe, com nadadeiras raiadas, que habitava os mares rasos do Nordeste do Brasil há aproximadamente 110 milhões de anos.

  • Mesosaurus tenuidens (ou Stereosternum tumidum): Um réptil aquático que viveu na Bacia do Paraná há cerca de 280 milhões de anos.

  • Um tronco silicificado de uma planta gimnosperma.


Inácio Arruda reiterou o empenho do ministério em continuar com esse trabalho: "Com esse documento, finalizamos mais uma missão de repatriamento de fósseis brasileiros. O Brasil tem peças espalhadas por toda a Alemanha, algumas trazidas por pesquisadores e outras de forma irregular, e nós vamos continuar com os trabalhos para trazer as peças para casa."




O Precedente do Ubirajara Jubatus


Este novo acordo segue o sucesso da repatriação do Ubirajara jubatus em 2023, também conduzida pelo MCTI. O Ubirajara foi o primeiro dinossauro não-aviário com estruturas semelhantes a penas encontrado na América do Sul. O fóssil, que havia sido retirado irregularmente do Brasil nos anos 1990, estava no Museu Estadual de História Natural de Karlsruhe, na Alemanha.


O Ubirajara viveu há cerca de 110 milhões de anos na Bacia do Araripe, no interior do Ceará. Após sua devolução, ele foi levado para o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, em Santana do Cariri (CE). Com o tamanho aproximado de uma galinha, o fóssil está preservado em duas placas: uma positiva, de 47 cm x 46 cm x 4 cm e 11,5 kg, e outra negativa, de 47 cm x 46 cm x 3 cm e cerca de 8 kg.




Colóquio Brasil-Alemanha de Paleontologia


A ocasião da assinatura do acordo também marcou a realização do “Colóquio Brasil-Alemanha de Paleontologia: Ciência, Cooperação e Diplomacia para o Futuro”, promovido pelo MCTI em Berlim. O evento reuniu importantes nomes para debater sobre fósseis, cooperação científica em Paleontologia, Geoparques e a popularização da ciência.


Participaram do encontro representantes dos Ministérios da Ciência do Brasil e da Alemanha (MCTI e BMFTR), da Comissão Alemã na UNESCO, da Sociedade Senckenberg para Pesquisas da Natureza, do Landesmuseum Hannover, do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, da Rede Brasileira de Geoparques, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), da Secretaria de Ciência do Estado do Ceará e o prefeito de Santana do Cariri.

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