"Adolescência" entra para o top 10 da Netflix e acende debate sobre violência juvenil

"Adolescência" entra para o top 10 da Netflix e acende debate sobre violência juvenil
A minissérie "Adolescência", que aborda a exposição de jovens a conteúdos misóginos e tóxicos online, alcançou a 9ª posição entre as produções em língua inglesa mais assistidas da Netflix. Desde sua estreia em 13 de março, acumulou impressionantes 96,7 milhões de visualizações, superando a 3ª temporada de "Stranger Things". O fenômeno reflete não apenas o sucesso do entretenimento, mas a urgência de discutir a influência digital na formação de adolescentes.

Enredo impactante inspira ação governamental no Reino Unido
A trama, centrada em Jamie, um garoto de 13 anos preso por esfaquear uma colega até a morte, chamou a atenção do governo britânico. A partir de iniciativa anunciada nesta segunda-feira (31), a série será exibida gratuitamente em escolas de ensino médio do Reino Unido. O primeiro-ministro Keir Starmer, que assistiu ao programa com seus filhos adolescentes, destacou: "É crucial engajar os jovens em debates sobre os riscos do ódio online".

Audiência recorde e responsabilidade social
Com projeções indicando que "Adolescência" pode chegar ao top 5 da plataforma, seu sucesso ressoa em um contexto alarmante: segundo a UNESCO, 67% dos jovens já foram expostos a discursos de ódio na internet, e casos de automutilação e agressividade entre adolescentes aumentaram 45% globalmente na última década. A Netflix, ao lado de educadores, vê na série uma ferramenta pedagógica para combater a desinformação e a radicalização precoce.

Entretenimento como espelho de crises reais
A decisão de levar a produção às escolas reforça o papel da arte na prevenção de violência. Enquanto a 2ª temporada de "Bridgerton" deixa o top 10, "Adolescência" simboliza uma mudança no consumo cultural — histórias duras, mas necessárias, ganham espaço. Especialistas em educação digital defendem que iniciativas como essa são vitais: "Precisamos enfrentar as raízes da toxicidade online antes que destruam mais vidas", afirma a psicóloga Laura Bates, referência em estudos sobre juventude e mídia.