Publicado em: 18/04/2025
Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) acabam de apresentar uma solução inovadora e ecologicamente correta para a indústria eletrônica: uma embalagem antiestática e sustentável, produzida a partir do bagaço da cana-de-açúcar e de negro de fumo. Este último, um material obtido pela combustão incompleta de matéria vegetal ou derivados de petróleo, confere propriedades condutivas à embalagem.
A nova tecnologia promete revolucionar o transporte e armazenamento de dispositivos eletrônicos sensíveis e de alto valor, como chips, semicondutores e outros componentes essenciais em computadores, celulares, televisores e até automóveis. O material desenvolvido pelo CNPEM oferece maior segurança contra danos causados por descargas eletrostáticas, um problema comum que pode comprometer a funcionalidade desses itens.
Batizado de criogel condutivo, o produto se destaca por sua dupla funcionalidade: garantir a proteção dos eletrônicos e, ao mesmo tempo, minimizar o impacto ambiental. A grande ambição dos pesquisadores é que o criogel substitua as embalagens plásticas convencionais, conhecidas por seu alto potencial de poluição.
“Nosso objetivo é oferecer uma alternativa verdadeiramente sustentável para a indústria de embalagens de produtos eletrônicos sensíveis, trocando materiais plásticos por opções que agridem menos o meio ambiente e, ainda assim, entregam alta performance”, explica a coordenadora do estudo, Juliana Bernardes.
A pesquisa inovadora do CNPEM, cujos resultados foram publicados na prestigiada revista Advanced Sustainable Systems, contou com o financiamento da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Além de Juliana Bernardes, o estudo tem a assinatura das pesquisadoras Gabriele Polezi e Elisa Ferreira, e do pesquisador Diego Nascimento, todos integrantes do Laboratório Nacional de Nanotecnologia do CNPEM.
Com um diferencial importante de não possuir similares no mercado, o criogel condutivo já teve sua patente depositada. Agora, o CNPEM, por meio de sua Assessoria de Inovação, busca ativamente parcerias com empresas interessadas em investir na produção em larga escala dessa tecnologia promissora, pavimentando o caminho para um futuro mais seguro e sustentável para a indústria eletrônica.