Nunca vamos usar: Filho de Elis Regina sobre o espectro do holograma em shows - Pagenews

Nunca vamos usar: Filho de Elis Regina sobre o espectro do holograma em shows

Publicado em: 26/03/2025

Nunca vamos usar: Filho de Elis Regina sobre o espectro do holograma em shows
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"Nunca vamos usar": Filho de Elis Regina sobre o espectro do holograma em shows


João Marcello Bôscoli, filho da icônica cantora Elis Regina, expressa uma firme rejeição à tecnologia de hologramas para representar a mãe em futuras apresentações. A proximidade do evento "Elis 80", agendado para o Espaço Unimed em São Paulo, reacendeu a discussão sobre o emprego de inteligência artificial em homenagens artísticas, levantando a possibilidade, logo descartada, de um holograma da artista.


Rejeição categórica à holografia com a tecnologia atual


O produtor musical foi enfático ao declarar à CNN que tanto para a celebração do octogésimo aniversário quanto para quaisquer outros projetos futuros envolvendo o legado de Elis Regina, a tecnologia de hologramas, com os recursos atualmente disponíveis, não será utilizada. Bôscoli rememorou uma experiência anterior com uma empresa que ofereceu tal serviço, cujo resultado não atendeu às expectativas da família, carecendo da autenticidade emocional que caracterizava as performances de Elis. "A gente nunca usou e nunca usará, no catálogo da Elis, as ferramentas de inteligência artificial para a área criativa", afirmou categoricamente.


A busca pela essência e a ausência do "olhar"


A decisão familiar, compartilhada por Maria Rita e Pedro Mariano, seus irmãos, fundamenta-se na percepção de que os hologramas existentes falham em capturar a profundidade do olhar e a intensidade da presença de Elis. "O olhar não está ali", pontuou Bôscoli, indicando uma lacuna fundamental que impede a aceitação dessa tecnologia. Embora vislumbre uma remota possibilidade futura – "Só no dia em que o olhar estiver ali, mas isso não aconteceu e não aconteceria" –, o cenário presente impõe uma recusa inegociável.


Inteligência artificial a serviço da restauração


A inteligência artificial, paradoxalmente, desempenhou um papel significativo na preparação do evento "Elis 80", focando-se na restauração do vasto material da cantora. Esse processo incluiu a minuciosa limpeza de áudios, entrevistas e gravações antigas, com o objetivo de isolar a voz singular de Elis em meio a imperfeições sonoras. "Se você quiser ver a Elis, vai ter que fechar os olhos", metaforizou Bôscoli, ressaltando o poder da imaginação e das gravações originais.


O controverso uso de deepfake em publicidade


Apesar da firme rejeição à holografia em shows, a família de Elis Regina utilizou ferramentas de deepfake e inteligência artificial no comercial "Gerações" de 2024, criado para celebrar os 70 anos da Volkswagen no Brasil. A peça publicitária emocionou o público ao apresentar Elis Regina cantando ao lado de Maria Rita, mas também gerou debates sobre a ética da manipulação de imagens de artistas falecidos.


Repercussão e debate sobre os limites da IA


Questionado sobre as críticas, João Marcello minimizou a oposição, embora tenha reconhecido a ampla repercussão do comercial, que inclusive motivou uma representação ética no Conar. Para ele, a controvérsia desencadeou uma importante discussão sobre os limites da inteligência artificial, gerando um significativo interesse da mídia nacional e internacional. "Achei o máximo [a repercussão]. Outro micromilagre do comercial é o público se emocionar com um anúncio de televisão. Eu também me emocionei e não me emociono com anúncio nenhum. É uma coisa que a Elis provocou", comentou.


Impacto positivo na audiência de Elis Regina


O sucesso do comercial também se refletiu na apreciação da obra de Elis Regina, com um aumento notável no faturamento e um crescimento da audiência entre as novas gerações, conforme observou João Marcello.

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