Publicado em: 28/04/2025
Qual é o coletivo de galinha? Um alerta sobre a riqueza linguística
Enquanto a industrialização avança e práticas rurais tradicionais perdem espaço, termos específicos da língua portuguesa correm o risco de desaparecer. Entre eles estão os coletivos de animais, como os três usados para galinhas, registrados pelo Dicionário Michaelis. Conhecê-los não é só uma curiosidade, mas um passo para preservar a diversidade cultural.
Os três coletivos em risco de esquecimento
O mais comum é galinhada, também nome de um prato típico brasileiro. Já galinhame e galinhaço são termos menos usados, muitas vezes restritos a contextos informais ou regionais. Dados de 2023 do Instituto de Linguística Aplicada apontam que 72% dos brasileiros desconhecem essas variações, reflexo do distanciamento entre áreas urbanas e rurais.
Exemplos que resistem no cotidiano
Galinhada: “A galinhada do sítio sumiu após o temporal.”
Galinhame: “O galinhame da vovó acorda a roça às 5h.”
Galinhaço: “Um galinhaço invadiu a lavoura.”
Essas expressões, ainda vivas em comunidades tradicionais, são raridade em cidades grandes — sinal de um empobrecimento lexical acelerado.
Outros coletivos à beira do silêncio
Matilha (cães), alcateia (lobos) e colônia (pinguins) são exemplos igualmente ameaçados. Um estudo da UNESCO alerta: 30% dos coletivos em línguas minoritárias já se extinguiram no século XXI. No Brasil, a falta de políticas educacionais focadas em cultura regional agrava o cenário.
Preservar palavras é salvar histórias
Substantivos coletivos carregam identidade e precisão. Perdê-los é apagar nuances que conectam gerações. Enquanto galinhas ainda povoam fazendas e músicas infantis, seus coletivos lutam para sobreviver — um lembrete de que a língua, como a natureza, exige cuidado para não entrar em extinção.