Publicado em: 25/05/2025
Alta do IOF impacta viagens internacionais e preocupa o setor de turismo
O aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para compras em moeda estrangeira e cartões internacionais, anunciado pelo governo federal nesta quinta-feira (22), deve encarecer pacotes de viagem e reduzir a demanda por destinos como Europa e Estados Unidos. Segundo a Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo), o reajuste pode elevar em até 3% o custo final de viagens já planejadas, afetando especialmente famílias que economizaram por anos para realizar o sonho de conhecer a Disney ou outros destinos internacionais.
Turistas podem encurtar estadias e priorizar opções econômicas
Com a alta do imposto – que subiu de 1,1% para 3,5% na compra de moeda em espécie e de 3,38% para 3,5% em transações com cartões –, especialistas preveem mudanças no comportamento do consumidor. "Os viajantes tenderão a reduzir dias de hospedagem, optar por hotéis mais baratos e limitar gastos com compras", afirma Marcos Arbaitman, presidente da Maringá Turismo. A medida chega em um momento sensível, às vésperas das férias de julho, quando tradicionalmente há maior procura por pacotes internacionais.
Incerteza no setor e risco de reajustes em viagens já contratadas
A ABAV (Associação Brasileira de Agências de Viagens) alerta que clientes com reservas em andamento podem enfrentar custos extras. "Remessas pendentes para fornecedores no exterior e uso futuro de cartões estarão sujeitos à nova alíquota", explica Marcelo Oliveira, assessor jurídico da entidade. Operadoras que atuam na execução das viagens garantem honrar valores fechados, mas agências intermediárias e plataformas digitais precisarão renegociar contratos. A Agaxtur já sinaliza preocupação: "A insegurança jurídica é o pior cenário para o mercado", diz o CEO Aldo Leone.
Aplicativos e cartões já repassam nova taxa aos consumidores
Desde sexta-feira (23), plataformas como Wise e Nomad, além de emissoras de cartões, aplicam a alíquota de 3,5% sobre transações internacionais. Para Arbaitman, o impacto será mais severo entre viajantes de primeira viagem: "Muitos parcelaram sonhos no cartão e agora terão despesas ainda maiores". Com a alta do dólar e a inflação de serviços no exterior, o setor teme uma retração significativa no turismo internacional nos próximos meses, reforçando a preferência por destinos domésticos.