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Amaro encerra operações no Ceará em 2025

Publicado em: 30/03/2025

Amaro encerra operações no Ceará em 2025
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Amaro encerra operações no Ceará em 2025: um golpe para o varejo cearense
O fechamento da última loja da Amaro, localizado no Shopping Iguatemi Bosque em Fortaleza e marcado para 2025, abalou profundamente os clientes fiéis e revelou a fragilidade de um setor já pressionado. A marca, que acumulava dívidas de R$ 244,6 milhões desde o pedido de recuperação judicial em 2023, encerra um ciclo repleto de coleções exclusivas e liquidações históricas – como a de 50% de desconto nos estoques antes do adeus.


Crise financeira: a queda de uma gigante do lifestyle
Fundada em 2012 como e-commerce e expandida para lojas físicas a partir de 2015, a estratégia da Amaro desmoronou rapidamente. Em 2023, após o fechamento das unidades no RioMar Fortaleza e em São Paulo, o endividamento líquido atingiu R$ 151,7 milhões, além de R$ 39 milhões de débitos com fornecedores. A inflação recorde e uma queda de 28% nas vendas em 2022, conforme dados da Forbes, intensificaram esse cenário crítico.


Recuperação extrajudicial: tendência alarmante no varejo brasileiro
A situação da Amaro reflete um padrão preocupante no mercado: os pedidos de recuperação extrajudicial quadruplicaram desde 2020, com 32 casos homologados em 2023 – envolvendo até gigantes como Andrade Gutierrez e Botafogo. Embora a RE, instituída em 2005, seja vista como uma “salvação silenciosa” para empresas à beira da falência, cerca de 70% das negociações bem-sucedidas nunca chegam aos tribunais, mascarando a profundidade da crise.


Impacto local: o vazio deixado no Iguatemi Bosque
A loja, inaugurada em 2022 e símbolo da moda premium no Iguatemi Bosque, atraía cerca de 15 mil clientes por mês. Sua saída não afeta apenas o fluxo do shopping – que perde uma âncora – mas também simboliza a retração da marca em nível nacional. "Era mais que uma loja: um ponto de encontro para quem buscava peças únicas", ressalta a estilista cearense Mariana Freitas, cliente assídua.


O futuro do varejo: entre a reinvenção e a resistência
Enquanto a Amaro aposta no digital, o Ceará encara um dilema real: em 2024, foram registrados 12 fechamentos de lojas físicas de redes nacionais, de acordo com a Fecomércio. Luís Carlos Mendes, economista da UFC, aponta que "o modelo híbrido (online + físico) é inevitável, mas demanda uma agilidade que muitas empresas simplesmente não possuem". O caso Amaro serve de alerta num mercado onde 43% dos consumidores priorizam descontos, evidenciando que, para sobreviver, é necessário mais do que charme – é imperativo ter resiliência e sustentabilidade financeira.

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