Publicado em: 30/03/2025
Apple em momento crítico: aposta em iPhone mais fino para recuperar relevância
A Apple pode estar diante de um desafio decisivo para reverter a estagnação de seu principal produto. A gigante planeja lançar um iPhone significativamente mais fino, possivelmente batizado de "Slim" ou "Air", até o final de 2024, conforme relatórios da Bloomberg, Wall Street Journal e The Information. A mudança seria a maior reformulação do design desde o iPhone X (2017), mas especialistas questionam se será suficiente para reacender o interesse global.
Cenário atual: receita estável, mas pressões crescentes
No primeiro trimestre fiscal de 2024, a receita do iPhone manteve-se praticamente igual à do ano anterior, com lucro geral subindo 4%. Porém, os desafios são múltiplos: consumidores retêm seus dispositivos por até 37 meses (dados do UBS), a receita ficou abaixo das expectativas de Wall Street no último trimestre, e a Apple perde espaço na China — seu terceiro maior mercado. As vendas no país caíram 25% no quarto trimestre de 2023, impulsionadas pela ascensão de rivais como Xiaomi, Oppo e Huawei.
China: terreno minado para a Apple
A receita da empresa no mercado chinês encolheu de US21bilho~esparaUS 18,5 bilhões no primeiro trimestre fiscal. A Xiaomi ultrapassou a Apple como segunda maior fabricante global de smartphones em 2023, segundo a Counterpoint Research. Para Nabila Popal, da IDC, inovações de hardware, como designs mais finos, são cruciais na China, onde concorrentes já lançaram modelos elegantes, como o Galaxy S25 Edge (Samsung) e o Find N5 (Oppo).
Design vs. inovação: a batalha pela relevância
O iPhone 17 Slim teria 2mm a menos de espessura que os modelos atuais, substituindo o iPhone Plus. Apesar de atraente, críticos alertam que o design sozinho não resolverá a crise. A saturação do mercado global de smartphones exige mais: os dispositivos já não oferecem saltos tecnológicos expressivos, como no passado. A Apple Intelligence, suite de IA anunciada para o iPhone 16, ainda parece incipiente — recursos como resumo de notificações e emojis personalizados são considerados insuficientes para motivar upgrades. Pior: a Siri reformulada, carro-chefe da IA da Apple, foi adiada.
Pressão histórica e futuro incerto
Analistas como Patrick Moorhead, da Moor Insights & Strategy, comparam o momento atual à época em que a Samsung ameaçou a Apple com telas maiores. Desta vez, porém, a empresa enfrenta concorrência agressiva em múltiplas frentes e um mercado menos receptivo a mudanças incrementais. A aposta em um iPhone mais fino reflete a urgência em reconquistar consumidores, mas a Apple precisará equilibrar inovação de hardware, avanços em IA e estratégias regionais para evitar um declínio prolongado.
O veredito: Enquanto a inteligência artificial demora a decolar, a Apple recorre ao design físico como salvação temporária. Resta saber se a elegância será suficiente em um mercado onde a próxima revolução tecnológica ainda não chegou.