Canção Alimentos aposta em Neymar Jr. como embaixador

Canção Alimentos aposta em Neymar Jr. como embaixador em meio a desafios do setor e pressão por reconexão com o consumidor

Em um cenário de inflação alimentar persistente e concorrência acirrada no mercado de proteínas congeladas — segmento que cresceu 4,2% no Brasil em 2023, mas enfrenta retração no poder de compra das classes C e D (IBGE, março/2024) —, a Canção Alimentos, do Grupo GTFoods, anunciou nesta sexta-feira (14/06) a contratação de Neymar Jr. como embaixador global. A estratégia, parte de um rebranding ambicioso, busca revitalizar a marca em um momento crítico: 63% dos brasileiros priorizam preço sobre lealdade a marcas em alimentos básicos (pesquisa Kantar, 2024).

O contrato de dois anos prevê a participação do astro em campanhas multimídia, incluindo ativações nas redes sociais do jogador — onde ele soma 217 milhões de seguidores — e ações offline. A parceria já gerou engajamento imediato: um post enigmático de Neymar sobre "coisa nova" alcançou 8,2 milhões de interações em 12 horas, antecipando o anúncio.

A jogada ocorre em paralelo ao patrocínio da Canção ao Santos, clube onde Neymar é ídolo histórico e onde o logo da marca já estampa as omoplatas dos uniformes desde 2023. No entanto, o movimento não está livre de riscos:

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  Custo-Benefício: Em um setor com margens médias de 8% (Abia, 2023), investimentos massivos em marketing celebritário exigem retorno tangível.

  
  


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  Volatilidade do Astro: Neymar, em recuperação de grave lesão no joelho, enfrenta questionamentos sobre sua influência pós-Copa 2022, quando patrocínios ligados ao jogador tiveram queda de 18% em engajamento (FGV, 2023).

  
  


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  Pressão por Inovação: A promessa de lançamento de produtos coassinados pelo atacante precisa superar a desconfiança de 41% dos consumidores, que associam celebridades a encarecimento desproporcional (Datafolha, abril/2024).

  
  

Para Ricardo Dias, especialista em branding esportivo da ESPM, "a aposta é válida para reposicionar a Canção além do commodity, mas o sucesso dependerá de alinhar o storytelling de Neymar — ligado a luxo e performance — à realidade de um mercado onde o frango congelado representa 37% do consumo proteico nas periferias". Enquanto a marca prepara seu próximo capítulo, o desafio será transformar likes em lealdade, em um Brasil onde 28% das famílias reduziram compras de proteínas animais no último ano (Dieese, 2024).