Carrefour Obtém Aprovação para Saída da Bolsa em Votação Controversa - Pagenews

Carrefour Obtém Aprovação para Saída da Bolsa em Votação Controversa

Publicado em: 28/04/2025

Carrefour Obtém Aprovação para Saída da Bolsa em Votação Controversa
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Carrefour Obtém Aprovação para Saída da Bolsa em Votação Controversa Em um processo marcado por intensa oposição de acionistas minoritários, o Carrefour Brasil conseguiu aprovação para encerrar sua jornada na B3. Aproximadamente 60% dos acionistas presentes na assembleia votaram a favor da operação de fechamento de capital proposta pela controladora francesa, revelando uma decisão mais acirrada do que o esperado. O cenário é preocupante quando consideramos o histórico: a companhia estreou na bolsa em 2017 avaliada em R$ 15 por ação, quase o dobro dos R$ 8,50 agora oferecidos para sua saída, mesmo tendo aumentado sua receita total em 2,3 vezes, atingindo expressivos R$ 115 bilhões atualmente.


Resistência dos Minoritários e Questionamentos Éticos A vitória não veio sem contestações significativas. Antes da assembleia presencial, o boletim de voto à distância mostrava uma rejeição à proposta, com 52,5% dos votos contrários. A gestora americana Ruane Cuniff, que administra mais de US$ 15 bilhões em ativos, classificou publicamente a operação como "oportunista e antiética" em carta divulgada pelo INSIGHT. As críticas concentraram-se tanto no valor oferecido, considerado severamente depreciado e próximo às mínimas históricas da ação, quanto na governança do processo. Investidores questionaram a transparência na elaboração dos laudos de avaliação e a independência dos membros designados para avaliar a transação – pontos também destacados por consultorias de voto como ISS e Glass Lewis.


Movimentações Estratégicas no Mercado Nas semanas que antecederam a decisão, sócios históricos, incluindo a Península da família Diniz, que integrava o acordo de acionistas com os franceses, desistiram de resistir e venderam suas participações no mercado. Esta movimentação ocorreu em meio a uma forte demanda por fundos especializados em arbitragem. Um block trade significativo foi realizado pelo GIC, fundo soberano de Cingapura que detinha 2,6% do capital, movimentando impressionantes R$ 425 milhões a R$ 8,38 por papel na última quinta-feira, dia 16. A estratégia de arbitragem ganhou tal força que, às vésperas da assembleia, as ações do Carrefour Brasil eram negociadas próximas de R$ 8,70, apresentando um prêmio em relação ao valor em dinheiro proposto para o fechamento de capital. A operação envolvia vender a descoberto as ações da matriz francesa, criando uma oportunidade de ganho para investidores táticos que souberam aproveitar esta janela de arbitragem.

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