Publicado em: 17/05/2025
Desemprego avança em 25 estados no 1º trimestre de 2025, com desigualdades em destaque
A taxa de desocupação aumentou em 25 das 27 unidades federativas entre o último trimestre de 2024 e o primeiro de 2025, segundo dados da Pnad Contínua divulgados pelo IBGE. Apesar do avanço, apenas 12 estados registraram crescimento estatisticamente relevante, enquanto os demais oscilaram dentro da margem de erro. Pernambuco (11,6%), Bahia (10,9%) e Piauí (10,2%) lideram as taxas mais altas, contrastando com Santa Catarina (3,0%), Rondônia (3,1%) e Mato Grosso (3,5%), que apresentaram os menores índices. Nacionalmente, a taxa subiu de 6,2% para 7,0%, mantendo-se como a menor para um primeiro trimestre desde o início da série histórica.
Mercado de trabalho sob pressão: formalização e desafios
Apesar do aumento no desemprego, o IBGE destacou resiliência no mercado, com absorção de trabalhadores temporários contratados no final de 2024. São Paulo, por exemplo, teve alta na taxa de desocupação (de 5,9% para 6,2%), mas abriu 246 mil vagas formais. “O mercado está aquecido e com mais formalidade”, afirmou William Kratochwill, analista do IBGE. A afirmação, porém, não esconde a fragilidade em estados como Maranhão, Pará e Piauí, onde a informalidade supera 54%.
Desigualdades estruturais: gênero, raça e educação
As mulheres seguem sendo as mais impactadas, com taxa de desemprego de 8,7% contra 5,7% dos homens. A disparidade racial também persiste: brancos têm desocupação de 5,6%, enquanto pretos (8,4%) e pardos (8%) enfrentam cenário mais crítico. A educação amplia o abismo: pessoas com ensino médio incompleto registram taxa de 11,4%, quase tripla daquelas com nível superior (3,9%).
Desemprego de longa duração: redução, mas números ainda preocupam
O país tinha 1,4 milhão de pessoas procurando emprego há mais de dois anos no primeiro trimestre de 2025 — queda de 25,6% em relação a 2024. Se considerados os que buscam trabalho há pelo menos um ano, o total chega a 2,2 milhões. Apesar da redução, o contingente expõe desafios persistentes, principalmente para grupos vulneráveis.
Sinais de melhora? Duração da busca por emprego encurta
Houve recuo de 6,4% no número de pessoas procurando trabalho há menos de um mês, somando 1,6 milhão. Outros 3,8 milhões buscavam emprego entre um mês e um ano, redução de 3,6%. Os dados sugerem maior dinamismo, mas especialistas alertam: a recuperação precisa ser inclusiva para reverter desigualdades históricas que ainda definem o mercado de trabalho brasileiro.