Publicado em: 02/05/2025
Inflação dos alimentos pressiona mudanças nos hábitos de consumo
O aumento acelerado nos preços dos alimentos tem levado os brasileiros a buscar alternativas para equilibrar o orçamento doméstico. Uma pesquisa da Brazil Panels Consultoria, em parceria com a Behavior Insights, revela que 97,2% dos consumidores percebem uma alta significativa nos valores, transformando a inflação em uma preocupação diária.
Atacadistas e mercados locais ganham espaço
Para enfrentar a carestia, 41,8% dos entrevistados passaram a comprar em redes atacadistas, enquanto 17,4% recorreram a mercados de bairro e 5,4% aumentaram as compras em feiras livres. O setor de alimentação é o mais afetado, com 94,7% das pessoas relatando pressão nos preços. O IPCA-15 de abril já reflete esse cenário, com o segmento alimentício respondendo por 0,25 ponto percentual dos 0,43% de alta no índice.
Cortes no carrinho e impacto na dieta básica
A inflação não só alterou onde as famílias compram, mas também o que consomem. Produtos antes considerados essenciais foram sacrificados: 50,5% deixaram de comprar azeite, 46,1% reduziram o consumo de carne bovina, e itens como café (34,6%), ovos (20%) e até arroz (7,1%) foram cortados ou reduzidos. Claudio Vasques, CEO da Brasil Panels, alerta: "A inflação tirou mais que o poder de compra; tirou itens que eram básicos da mesa do brasileiro."
Perspectivas sombrias para os próximos meses
A pesquisa aponta um cenário de desconfiança: 65,9% dos brasileiros acreditam que o custo de vida continuará subindo nos próximos 12 meses, enquanto apenas 3,1% esperam alguma redução. Com a segurança alimentar em risco, a busca por estratégias de consumo mais enxutas deve se intensificar, pressionando ainda mais as famílias que já enfrentam dificuldades para manter a qualidade nutricional de suas refeições.